29/05/2016

A Certeza

Timidamente sentado, o aluno da primeira série assiste com alguma angústia a inquirição da tabuada pela professora de matemática. Fulano: quanto é três vezes três; Cicrano, quanto é quatro vezes dois? A cada resposta errada a turma divertia-se. O nervosismo crescia enquanto os colegas da fila iam respondendo. No íntimo, torcia para que o sinal soasse e fosse poupado de responder a uma questão. Sabia tudo de tabuada, mas preferia não ser colocado à prova. Até que não teve jeito. Chegou a sua vez. Quanto é duas vezes dois? perguntou a professora. Quatro, respondeu na mosca. Tu tens certeza? Silêncio. Longo silêncio. Tu tens certeza? perguntou de novo a mestra. Cinco, professora! É cinco! Gargalhada geral.

19/05/2016

Comunicação não violenta


As guerras vivenciadas pela humanidade não nasceram da ação firme dos braços dos guerreiros. Mesmo que o resultado visível sempre tenha sido seja a imposição de sofrimento ao outro, antes disso acontecer houve uma série de atos preparatórios até que fossem empunhadas espadas, lanças e canhões houve e outras armas letais.  
Os sangrentos combates foram gerados a partir do pensamento de alguém. Um líder, um guru, um general ou um louco. Um pesadelo, uma noite mal dormida, um sentimento de insegurança, de medo ou até mesmo de superioridade talvez fossem motivos para impulsionar os jogos de guerra. Na linha de frente, alguns dos guerreiros antigos bem se achavam dignos representantes de seus deuses e tinham a obrigação de eliminar os deuses que protegiam os outros.  Antes de ferir e aniquilar o inimigo ou entregar-se à morte com dignidade, alguém interpretou os sinais e foi levado a concluir que a guerra era o melhor remédio para mal que se apresentava.

06/05/2016

O Pensamento

O pensamento é a manifestação genuína do espírito.   Ele revela o tamanho espiritual do indivíduo. Constitui na maior liberdade que experimenta o homem. “É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo”, diz Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão 833.
Não obstante esta liberdade, não está imune o pensamento de interferências e influências. Os próprios espíritos, com quem convivemos diariamente, podem influenciar nos pensamentos. Conforme Kardec, essa influência pode ser muito maior do que o indivíduo imagina. Na questão 461, de O Livro dos Espíritos, esclarece que “Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos  próprios  são os que acodem em primeiro lugar”.

04/05/2016

O Multiverso

Pretensão é uma característica das mais marcantes do homem.  Um bovino pasta sem muita cerimônia. Abaixa a cabeça e vai ruminando lentamente. Fica horas envolvido naquela ação. Não gasta seu tempo alinhando filósofos e nem mantendo um diálogo interno sobre a vida após a morte ou se um dia o Grande Espírito reunirá todos os seres e vai prolatar sentenças dando a alguns a glória dos gramados eternos e iluminados ou os fétidos campos de lama e esgoto. Antes que os defensores dos animais joguem pedras e maldições, explico: o exemplo nem é meu. Acho que li isto em Sêneca ou em Erasmo, no seu Elogio da Loucura. Não sei precisar ao certo, mas que li ago assim juro que li.