Arte sobre foto |
Poderia ocupar estas linhas neste blog com mais uma
crônica ligada à espiritualidade, como já tentei fazer tantas vezes. Ou, ainda,
à minha maneira, buscar explicações sobre o relacionamento humano. Como outras
vezes, convocar o leitor a viajar para o passado e resgatar histórias vividas,
sentidas ou imaginadas num tempo distante que magicamente se apressa em se
distanciar cada vez mais.
Mas, não.
Talvez porque seja verão e, como dizem os analistas de plantão, os psicólogos,
psiquiatras, terapeutas e alguns metidos sem formação, mas sempre ávidos por
dar um pitaco em coisas que nem conhecem: é tempo de leveza, de picolé, de
sorvete, de banhos no mar, na lagoa, no riacho, de protetor solar no corpo,
boné na cabeça e muita água. Corpos à mostra, caminhadas, corridas, um choppe
para quem gosta e ate-papo leve e despretensioso. Por isso, deixo as filosofias
de lado, evitando discussões mais aguerridas cheias de certezas; as histórias
de outros tempos, que em regra envolvem dois ou três moleques (que hoje são
senhores de cabelos brancos) e todas as tentativas de busca de respostas para
outro momento. E vamos concentrar no novo. Na novidade. Vamos falar de Wesley
Safadão. Sim, ele mesmo. O cara.
Para começo de conversa, uma
confissão: não conheço Wesley Safadão. Não o identificaria se tivesse que fazer
o reconhecimento ainda mais se misturado com outros sujeitos; nem se fosse me
mostrado um álbum com inúmeros rostos. A bem da verdade, nem ao menos pretendo
conhecê-lo. Não sei se canta alguma coisa que preste ou se, como tantos que há
por aí no mercado, é mais um destes produtos descartáveis que surgem a cada
verão, cada outono, cada inverno e cada primavera por estes recantos que Deus
criou.
Só sei que ele existe. Nestes tempos
de informação instantânea é praticamente impossível não saber da existência de
alguma coisa positiva ou negativa, significativa ou insignificante. Como diz
uma amiga minha: “é impressionante como as coisas me chegam”. Sei, por exemplo,
através da mídia, que ele ganha algo em torno de quinhentas mil patacas por
show. Então, não estamos falando de pouca coisa. Neste mundo, onde o virtual é
real, as cercas foram derrubadas. Não há contenções. Não há limites. Muito bom
para quem necessita de alguma atenção. Para um chamado de socorro. Para um
alerta sobre alguma injustiça cometida em algum lugar do planeta. Muito bom também para os safadões da vida que
explodem com ou sem talento, espalhando pelo mundo tudo o que sabe fazer.
Minha ignorância é mero detalhe.
Insignificante neste novo mundo. De algum modo tenho que me penitenciar: o
distinto sujeito deve ter algum talento, caso contrário não seriam tantos a
pagar-lhe tanto. Convenhamos, quinhentos
no bolso é muita coisa. E por um só showzinho.
Resolvi que vou parar de escrever um
pouco. Um mês de retiro. Tempo necessário para uma reciclagem. Quem sabe
durante esta parada não me dedique a estudar de maneira mais aprofundada a obra
do Wesley. O Safadão.
PS: Nada tenho contra o referido artista. Nunca o ouvi cantando. Vai que...
Verbete na Wikipedia
Página Oficial
Vagalume
PS: Nada tenho contra o referido artista. Nunca o ouvi cantando. Vai que...
Mais sobre Wesley Safadão:
Verbete na Wikipedia
Página Oficial
Vagalume
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