Quem trabalha com impressos sabe
muito bem: é necessário revisar, revisar e revisar, sempre. Mesmo assim,
revisado, revisado e revisado, o produto final pode surpreender o leitor mais
atento. Jornais e revistas já foram às bancas com erros constrangedores nas
capas, contracapas e matérias especiais. É da vida. Há alguns erros que se
tornam clássicos como o de um jornal do interior do Paraná que publicou uma
manchete tentando acalmar a população local que passava por num momento de
grande preocupação com surtos de gripe: “Gerente da Saúde garante que não vai
faltar vagina”. Imagino uma corrida às bancas para garantir o curioso exemplar.
Vez por outra, ao ler o texto impresso
aqui na coluna, noto alguns deslizes, notadamente erros ortográficos ou mesmo
de digitação. Os leitores certamente notam também. Não consta que a chefia
tenha recebido e-mails, cartinhas e reclamações neste sentido. Pode até ser que
isto tenha ocorrido, mas, ao menos até o presente momento, não fui reprimido
pela direção deste periódico. Assim mesmo, como um habeas corpus preventivo,
visando reparar futuros erros, peço aqui sinceras desculpas aos leitores pelos
erros cometidos ao longo destes anos todos e pelos que ainda virão. É claro que
não vou ficar aqui relaxando. Tento semanalmente entregar um texto limpo, claro
e sem erros. Mas, como ocorre com alguma persistência em nossa caminhada, nem
sempre atingimos os objetivos.
Os Ratos – Consta que os animais reuniram-se
para criar uma peça teatral. Aos ratos coube interpretar o papel dos homens. A
história girava em torno de uma disputa de poder envolvendo afastamento de
lideranças eleitas, pagamentos de altas propinas, investigações, traições,
retirada de direitos das classes menos abastadas e concessão de benefícios aos
privilegiados. De quebra ainda cabia na história uma espécie de julgamento de
um dos chefes que teria comprado a derrubada de um de seus antecessores. Tudo
muito esquisito. Um drama com alguns momentos de comédia pastelão. Uma peça mal
escrita. Havia ratos no executivo, no legislativo e no judiciário. A assembleia
estava lotada. Os roedores faziam barulho. Refestelavam-se sem comedimento. Não
havia constrangimento. No fim, vibraram muito. A tevê transmitia a peça ao
vivo. Alguns correram nas redes sociais para comentar o quanto os atores eram
convincentes. Os meus olhos, no entanto, viam tão somente ratos. Sorridentes
ratos.
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