"Na realidade, o que os manifestantes fizeram foi assumir publicamente aquilo que todos bem sabem: há seres que se consideram superiores aos outros e lutam para sufocar os demais. O nome disso é ignorância".
Os dias passam e a humanidade
aparentemente vai se distanciando dos seus atavismos primitivos. Aparentemente,
disse eu. Não apostemos muito na mudança. Ela vem, mas muito lentamente.
Podemos apostar isso sim, que há sentimentos escondidos esperando o momento
oportuno para serem revelados. Assim, o que parece superado, que parece
adormecido em algum canto, bem que pode ser revivido quando meia dúzia de
inconsequentes fanfarrões se une para defender uma bandeira.
Recentemente, nos
EUA, realizou-se uma passeata para ressaltar a primazia da raça branca. A
façanha, batizada de Sou Nazista Sim,
juntou homens, mulheres e crianças que unidos marcharam gritando palavras de
ordem contra gays, negros, judeus e imigrantes. Por trás de tudo isso o desejo
de fortalecer o discurso de direita.
Na realidade,
o que os manifestantes fizeram foi assumir publicamente aquilo que todos bem
sabem: há seres que se consideram superiores aos outros e lutam para sufocar os
demais. O nome disso é ignorância.
Este seleto
grupo não está restrito a uma cidadezinha de 50 mil habitantes nos EUA. Não! Está infiltrado em todos os setores. Não
há que se duvidar que frequentem a igreja e clamem pela justiça divina. E, no
final do culto, rezem ao Criador que lhes dê forças para que construam um
futuro melhor.
Apesar de ser
o mais gritante e comum, o racismo não é a única manifestação preconceituosa
que insiste em não desaparecer. Nos dias atuais, onde os julgamentos levam mais
em conta a aparência do que a essência há muito preconceito manifestado ou
silencioso. Homofobia, gordofobia, elitismo/preconceito social, machismo, entre
outros, estão por aí, muitas vezes disfarçados ou mesmo explícitos nos
comentários nas redes sociais. Por trás de tudo isso está a construção da ideia
de que alguém por ostentar certa cor de pele, certa e desejável forma do corpo
físico, um diploma na parede, uma porção de dólares a mais que os outros tem
mais valor e precisa ser reconhecido por isso.
A humanidade
vez por outra imita o cão neurótico: corre atrás do próprio rabo num processo
cansativo e esteticamente muito feio. Seria muito bom que cansasse logo.
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