26/02/2020

Um Grão de Areia

Não existe nada objetivo em relação ao nosso tamanho. Não me refiro ao tamanho real do corpo físico. Isso é fácil. Basta uma fita métrica e o caso está resolvido. Que o digam os agentes funerários, hábeis em medir corpos desfalecidos com exatidão infalível. Falo de outra questão: qual o nosso tamanho, a nossa importância neste vasto mundão criado há tanto tempo e regido por algumas poucas leis conhecidas e por uma imensidão extraordinária de desconhecimento?

19/02/2020

Investindo no silêncio

Aqueles que lidam com a saúde mental (terapeutas, psicólogos, psiquiatras e estudiosos) dizem com razoável insistência que a humanidade está doente. É um fenômeno mundial. Dores no corpo e na alma como resposta à falência das expectativas, às frustrações acumuladas ao longo da existência e às demandas por uma felicidade aparente. Some-se a isso o excesso de informação e a necessidade de estar sempre conectado, sempre disponível para o novo que chega a cada segundo, sem dar descanso.
Os sábios orientais têm algumas orientações para tornar a vida das pessoas em algo mais prazeroso, menos denso e mais próspero. Curiosamente, manter segredo sobre algumas coisas é uma desses caminhos indicados. Manter os seus objetivos mais importantes em segredo evitando compartilhar inclusive com pessoas próximas, pois a energia emanada pelo outro pode criar uma rejeição, uma desarmonia, afinal, mesmo que de forma inconsciente os próprios familiares podem torcer para que a meta não seja atingida. No momento certo, festeje a conquista com todos.
Não partilhar as limitações do corpo é outra dica. O corpo é um templo sagrado e o ser deve aprender a conviver com ele sem lamentações. Além disso, o excesso de informações sobre as dores cotidianas criam ideias negativas a respeito do indivíduo. Que nunca ouviu no seio familiar “lá vem fulano com suas dores”?