Moisés Santos tinha 53 anos de idade. Trabalhava como promotor de vendas. Circular pelos corredores de supermercados era sua função dando evidência às marcas que representava. Dia desses sentir-se mal. Caiu no chão devido a um enfarto fulminante. Ali ficou.
O supermercado providenciou um tapume improvisado. Alguns guarda-sóis verdes, ajeitou umas caixas de produto. Implementou um isolamento fake.
Enquanto o corpo de Moisés, um trabalhador, descansava, as donas de casa olhavam com interesse as verduras frescas para o almoço da família. Os caixas seguiram passando as compras e cobrando os preços marcados na tela.
Tudo funcionava como sempre. Menos Moisés. Moisés estava atrapalhando. Ficou estendido por quatro horas até o corpo ser resgatado pela perícia.
Nas redes sociais, dias depois Moisés foi lembrado. Um trabalhador a mais que morreu no local de trabalho. Um morto qualquer que, diante da repercussão, levou o nome Carrefour ao topo das citações.
A rede gigantesca veio a público e disse que mudou seu protocolo. A partir de agora, dizem, se houver morte dentro do estabelecimento haverá obrigatoriedade de fechamento da unidade.
O respeito aos trabalhadores vem sendo arquivado faz muito neste país que pouca importância tem destinado às pessoas. Moisés Santos que o diga.
Pois é, faltou um mínimo de sensibilidade. O Carrefour já apareceu nas notícias também pelos mais tratos com um cão. Lamentável.
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