O
infectologista, em entrevista ao programa de rádio, alerta que o
descuido dos brasileiros, ansiosos por abandonar as medidas de
prevenção contra o avanço inexorável do vírus, poderá ser
catastrófico. Não há outra forma de evitar o contágio e o colapso
no sistema de saúde senão o isolamento social. Sem concessões. De
preferência fechando tudo por algumas semanas. Lembra que na Europa
alguns países passaram por seis meses de fechamento. Por aqui são
noventa dias.
É
claro que do outro lado, com algumas razões bem compreensíveis,
empresários, que temem pelos seus investimentos; produtores e
capitalistas, temendo por suas fortunas e oportunidades de lucros; e
mesmo trabalhadores, temerosos pela possibilidade bem plausível de
perder seus empregos, seus investimentos, desejam ardentemente que as
restrições sejam afrouxadas de tal forma a garantir o andamento das
coisas como a economia, a produção e o emprego.
Por
aqui e por ali lançam-se campanhas pela prevenção, diga-se uso
indiscriminado de medicação (mesmo que a ciência diga que é
dinheiro jogado fora). Nas redes sociais surgem médicos que garantem
o sucesso de vermífugos para matar o bichinho que assusta tanto. As
instituições de pesquisa e regulação dizem que não há porque
usar o que é inócuo. E o assunto de saúde pública virou bandeira
política. Alinhados com governantes que desprezam os conhecimentos
científicos, alguns firmam plataformas eleitorais na distribuição
de remédios numa clara corrida por votos visando garantir seus
mandatos. A distribuição de esperança faz parte do jogo.
A
questão é séria. Muito séria. Como as informações pipocam a
todo instante, um clima de incerteza toma conta. Um médico garante
tal coisa e é desautorizado logo em seguida. Surge outro que diz
outra coisa diferente e assim vai a carruagem numa marcha que pouco
avança. A única certeza que se tem é de que não é momento para
brincadeira. Pessoas próximas estão deixando de existir. Há mortes
por aqui.
Apesar
dessa aflição, a ansiedade é uma inimiga invisível e
perturbadora. A vontade contida é de sair por aí exercendo a plena
liberdade constitucional de ir e vir. De preferência sem máscara.
Despreocupado, crendo que tudo isso não passa de uma fake news. No
entanto, o momento não recomenda isso. Os fatos se impõe à
vontade. Por mais que a temperatura suba em alguns dias deste inverno
peculiar é necessário o cuidado para que a ansiedade não tome
conta.
O
momento vivido nos dias atuais é único. Nunca vivenciamos situações
como estas. Os grandes flagelos da humanidade ficaram no passado. E,
talvez por isso, a ansiedade esteja impulsionando os mais afoitos que
resistem em acreditar na seriedade desta luta. É certo, porém, que
o que se faz agora é determinante para o futuro. Sempre foi assim.
Agora, no entanto, se vê que nada é mais acertado do que ter
paciência. Como já diziam os avós dos nossos avós: “paciência
e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.
Pois sabemos que cada um tem sua personalidade, mas nos dias de hoje a ansiedade tem parecido uma virtude para os incautos, ao mesmo tempo que encarada como eventual doença psicológica. Faz parte da evolução humana o desenvolvimento da paciência. Podemos, desde tenra idade, ensinar e dar exemplo aos filhos o valor da paciência.
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