Por Fabiano de Souza Marques*
Não
há tempo mais para nada! No meu tempo era melhor! Corra! Você não
pode perder tempo! Tempo é dinheiro! Perdemos a chance. Não
dá mais tempo. O tempo urge, então corra! O que está ocorrendo com
o tempo? Qual é a necessidade que temos de preencher o tempo? Por
que falamos isso?
Vivemos
num momento em que o tempo anda acelerado? Mas como assim, o tempo
está acelerado? Estamos correndo mais do que nossos antepassados? E
nossos filhos correrão mais e mais rápido para vencer o tempo?
Podemos dizer que tempo escorre pelas nossas mãos? Percebemos as
relações humanas cada vez mais efêmeras.
Na
era primitiva a jornada humana se dava na relação com tempo ligado
às questões de sobrevivência. Elas aconteciam por observação de
elementos naturais como o Sol e as Estrelas, pela vivência em
cavernas, pelas caçadas, pelas lutas entre as tribos, pelas
conquistas de outros territórios entre outras situações.
Para
o grande físico Albert Einstein o tempo é relativo, ele não pode
ser medido do mesmo jeito em todos os lugares. Já nas grandes
navegações séc. XV, o tempo e a direção se davam pela navegação
a vela. Segundo a história, Cristóvão Colombo levou dois
meses de
viagem para chegar ao Novo Mundo. Os veranistas para ir de Novo
Hamburgo para Tramandaí demoravam uma semana para chegar à praia,
pois vinham de carreta de boi por caminhos difíceis e
intransponíveis.
Hoje
pela rodovia BR 290, mais conhecida como Freeway, se não estiver
congestionada, uma viagem de carro de Porto Alegre a Osório, dura em
torno de uma hora, e chegamos a tempo de passar no supermercado e
comprar algo para comer ou fazermos um lanche rápido para dar tempo
de ir à praia.
Hoje
um avião atravessa o oceano atlântico em dez horas. O tempo de voo
entre Porto Alegre e Lisboa é de mais ou menos onze horas. Preste
atenção! Você sair de Porto Alegre às sete horas da manhã e mais
ou menos às vinte horas jantará em um restaurante de Lisboa.
Nas
minhas últimas pesquisas, me deparei com esse problema: ter tempo.
Em uma das minhas leituras, pude analisar um pouco esse algo a ser
alcançado, aniquilado e vencido. Sempre tenho que cumprir prazos,
leituras, escritas, cursos, escolas, família entre outros afazeres.
Vencer o tempo, é preciso! Essa é a questão. Nobert Elias,
sociólogo preocupado com o seu tempo, nos diz que não podemos
forjar o tempo, na sua individualidade, pois não se pode separar da
sociedade o tempo. A estruturação do tempo está ligada a
simbologia que ele exerce tal força sobre nossa existência como
sociedade, no nosso caso, representado pelo relógio.
Cada
civilização teve na sua existência um modelo de tempo, em
velocidades diferentes. O tempo sempre foi o mesmo, tangível ao ser
humano. A questão é: como nós seres humanos evoluídos vamos lidar
com o nosso tempo?
* Fabiano é Geógrafo
Licenciado em Geografia, pesquisador e escritor. Especialista em
Metodologia de Ensino na Educação Ambiental. Especialista em
Sociologia. Mestrando em Educação Profissional UERGS. “Coordenador
do Projeto de Educação Ambiental “Pé na Areia”, no município
de Osório - distrito de Atlântida Sul, RS - Brasil”.
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