“De noite eu rondo a cidade/a te procurar sem encontrar/no meio de olhares espio em todos os bares/você não está”. Estes versos fazem parte de uma canção das mais conhecidas da Música Popular Brasileira, Ronda. O autor, Paulo Vanzolini, saiu de cena no último dia 28 (28.04.2013). Sua morte, no entanto, passou ao largo, ocupando espaços diminutos nos segundos cadernos dos jornais.
Ronda é um clássico. Praticamente todos os grandes intérpretes da música nacional uma ou outra vez cantaram as desventuras de uma mulher desprezada pelo amor de sua vida que, pacientemente, se submete a procurá-lo de bar em bar. Injuriada, tomada do sentimento de vingança que acompanha o ciúme, se martiriza antevendo a triste cena de seu amado se refestelando com outras mulheres.
De certa forma o destaque dado pela mídia corresponde à expectativa de Vanzolini. Apesar do insuspeitável talento como cronista do panorama paulistano, o compositor não via na música uma obrigação. Sua produção era econômica. Talvez por aí se explique a qualidade e o primor que empreendia a cada uma de suas obras.