"O grande desafio é saber o que importa neste entulho de coisas. O que se faz com tanta informação? Para quê tanta opinião? E o que o indivíduo realmente ganha em acompanhar tanta notícia, tanta novidade?"
......
Os dias atuais escondem um desafio inimaginável. Lá nos anos 90, pensadores pregavam que a informação seria a base do futuro. Quem tivesse informação estaria incluído nos novos tempos. Os outros, desinformados, seriam ultrapassados como carroças puxadas por cavalos magros numa estrada asfaltada onde velocíssimos veículos passam sem ao menos levar em conta as placas que anunciam velocidade máxima em 110 km/h.
......
Os dias atuais escondem um desafio inimaginável. Lá nos anos 90, pensadores pregavam que a informação seria a base do futuro. Quem tivesse informação estaria incluído nos novos tempos. Os outros, desinformados, seriam ultrapassados como carroças puxadas por cavalos magros numa estrada asfaltada onde velocíssimos veículos passam sem ao menos levar em conta as placas que anunciam velocidade máxima em 110 km/h.
Meia
verdade. A realidade atual é do indivíduo multiconectado: celulares, sites de notícias,
televisão, rádio, canais de vídeos, aplicativos e mais aplicativos geram uma
atualização simultânea sobre o que está acontecendo no mundo neste exato
instante. O tempo em Jacarta, a cotação do dólar, a produção agrícola na china,
a bolsa de não sei aonde. É possível saber de tudo. Tudo mesmo. E na hora que
se quer.
A
gama de informação é tanta que virou algo doentio. Sabe-se de tudo o tempo
todo. Opina-se sobre tudo o tempo todo. Compartilha-se tudo o tempo todo.
O
grande desafio é saber o que importa neste entulho de coisas. O que se faz com
tanta informação? Para quê tanta opinião? E o que o indivíduo realmente ganha
em acompanhar tanta notícia, tanta novidade?
Nem
vou falar muito sobre manipulação de informação e nem na tão atual difusão de
conceitos maliciosamente desprovidos de algum laço de verdade, pois isso já vem
incluído no combo da geração de conteúdos, muito mais comprometida com a
rapidez da resposta do que com alguma análise criteriosa.
No
nosso país, então, a coisa beira ao surreal. Qual a última do ministro do STF?
Qual a próxima patacada do presidente fake da nação? O que o deputado falou? O
que disse o empresário delator tentando limpar sua sujeira jogando cacaca no
ventilador? E o comentarista econômico? E a análise política? Você viu aquele
novo clipe da cantora que a cada semana afina mais o nariz? E a dupla sensação
da música que foi vaiada num show lá no nordest
Começo
a desconfiar que não vale a pena perder tanto tempo com volume excessivo de
informação. Como tudo, a dose certa é importante. O excesso, até mesmo de água
que é fundamental para a vida humana, prejudica a saúde. Muitas das vezes o sei
lá, o não vi, o não li e o não comentei soam como pílulas que revitalizam a
saúde.
É
apenas uma desconfiança. Não há comprovação científica. Ainda não. PS: A oferta de informação é grande. E será a cada dia maior. O problema não reside aí. O que pode atormentar o indivíduo é a necessidade de manter-se permanentemente atualizado. Atento nas 24 horas por dia às atualizações das redes sociais, dos sites de notícias e de outros tantos meios, o indivíduo pode viver mais o que está longe do que o que está a seu alcance.
Nenhum comentário:
Postar um comentário