06/09/2017

Brasil: esperança e desilusão

Acredito que o Brasil é a grande potência mundial. Não ria. Estou falando sério. Talento natural não falta ao brasileiro. Nem só no futebol, é claro. Na música (música de verdade) há inúmeros cantores e compositores que transitam com alguma facilidade juntando plateias respeitáveis em diversas partes do mundo. Nas artes plásticas, na tevê, na publicidade e propaganda, nos estúdios de produção cinematográfica, na literatura, enfim, há muito brasileiro batendo um bolão no estrangeiro.
Mesmo em alguns setores carentes do olhar dos administradores, como a pesquisa científica, onde os recursos públicos mínguam a cada orçamento, o país ainda consegue algum destaque, colocando pelo menos quatro nomes entre os mais influentes do mundo, segundo aponta estudo produzido pela empresa Thomson Reuter, em 2016.
Porém, parecer existir uma organização radical fortemente armada lutando para que os brasileiros se desencantem e não vejam as inúmeras possibilidades de crescimento que o solo pátrio apresenta.
Esta organização é tão bem estruturada e criativa que consegue apropriar-se de um quinhão significativo dos recursos econômicos do erário público garantindo, assim, a vida de familiares para dezenas de gerações. A gatunagem consegue escoar pelo ralo malas e mais malas de notas novinhas em polpudos maços que fazendo a alegria de um sem número de comparsas no mundo político e administrativo da república.
E são pouquíssimos os responsáveis que são flagrados. Com me sobra imaginação, creio que o que vem a público, o que vem sendo apreendido pela Polícia Federal em suas ações, é a rapa que sobra da forma do bolo. Imagino que o grosso da coisa, o bolo em si que é desviado por essa gente esperta não cabe num daqueles prédios luminosos de Brasília. Por isso é necessário que sejam locados apartamentos pelas maiores cidades brasileiras onde ninguém entra, além de malas acondicionando bolinhos de 50 e 100.
Houvesse alguma seriedade no trato da coisa pública, sem tantos privilégios, sem tantos desvios, sem tanta safadeza e nosso país seria outro. Seria, talvez, o país que grande parte dos brasileiros merece.   
Acredito que nosso país é uma potência. Uma potência que sofre saques todos os dias não só por quem rouba o cofre como estes deputados e senadores e dirigentes de estatais que estão aí nas manchetes, mas, também, por gente que bate o ponto pelo outro, que não cumpre seu horário, que pede uma nota fiscal com valor maior para pedir ressarcimento pela empresa, que simula uma doença qualquer para ganhar um atestado médico e faltar o serviço, que firma declaração falsa de residência para fazer um título em outra comarca e outras tantas traquinagens que parecem ingênuas, mas que são, claramente, ações de corrupção.
O Brasil, apesar de toda a força contrária, tem tudo para acordar um dia e deslanchar. Sonhar é preciso.     

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