06/11/2019

Os generalistas e os especialistas


Os seres humanos cultivam múltiplos talentos e aptidões. Todo o mundo é bom em alguma coisa. Muitos carregam habilidades diversas em maior ou menor grau. Exímio jogador de futebol bem pode ter fluência em matemática. Ora, quem disse que um atleta profissional tem, necessariamente, que ser bom só no domínio da pelota? Preconceito arraigado este de que quem é bom de bola não dispõe de outros talentos. O médico dedicado à exaustão na lida com enfermidades, curas e medicamentos bem que pode dominar técnicas artísticas como a pintura, a escultura ou outra dessas coisas que caem bem como um passatempo.
Os animais, por sua vez, são especialistas. Quem não sabe que o macaco é o rei das árvores? Grandes, médios ou pequenos, os símios dominam a arte do equilíbrio e do salto, transformando as alturas em seu chão. São, ainda, os reis da arte do riso, de zoação e da brincadeira. São os palhaços do reino animal.

A Sabedoria Primitiva

 Os humanos e os macacos têm muito em comum. Lá nos anos 70 alguns cientistas chegavam a afirmar que os fatores genéticos, a partir dos estudos do DNA dos humanos e dos macacos, coincidiam em 99%. A informação foi um estrondo. Afinal, o número demonstrava que pouca coisa diferenciava as espécias. No entanto, outros estudos foram realizados nas décadas seguintes com equipamentos mais precisos, utilizando-se outros métodos de análise e os resultados foram bem diferentes. Um abismo abriu-se entre os homens e os símios. Este patamar de 99% escorregou para módicos 70%. Um salto e tanto. De qualquer modo, ainda assim registra-se uma grande semelhança entre as espécies.
Se os humanos levam vantagem em inúmeros quesitos, como no uso de linguagem mais rica, estruturada e detalhada, que permite perceber a objetividade e a subjetividade, na fabricação de coisas complexas, na criação de sistemas que viabilizam a vida em sociedade, entre outros, há um que outro detalhe onde os símios batem um bolão.