Completou, dia 25 , um ano da morte de Michael Jackson. Se nos últimos dias de sua existência o que mais se falava era dos escândalos que o perseguiam, após sua passagem o que mais se valoriza é o talento ímpar do Rei do Rock. A crônica a seguir foi publicada no Jornal Bons Ventos dias após a sua morte.
Morre Michael Jackson. Começa uma nova história. Por algum tempo, porém, seu nome ainda será marcado pela série infindável de antimarketing que o acompanhou nos anos de caos. Os escândalos, os vexames públicos, as incompreensões, as manias, as loucuras vão aos poucos se esvaindo, deixando uma pequena nuvem, que vai desaparecer por completo ali na frente.
Esta tendência do esquecimento do lado sombrio e negativo não é nova. Ela remonta ao princípio da civilização. Naquele tempo, antes mesmo de romanos e gregos semearem suas culturas por todos os rincões, os mortos eram criaturas sagradas e recebiam, obrigatoriamente, todos os cuidados da família para que a sua memória não fosse esquecida.
O culto aos mortos foi a primeira manifestação religiosa que se conheceu. É encontrado entre os latinos, os helenos, os sabinos, etruscos e mesmo nos primórdios da cultura greco-romana. As ações positivas ou negativas, morais ou imorais, não determinavam a santidade. Todos os mortos, independente de seu estágio evolutivo, de seu caráter, de sua obra, eram criaturas sagradas.