Os muros, construídos com suor e sangue, com destruição de homens e mulheres, com perseguições políticas e religiosas, estão sendo destruídos, no mundo árabe. A população oprimida por regimes de força reage sitiando os tiranos, encurralando seus comparsas de maneira surpreendente. Encastelados, protegidos por soldados hesitantes, os ditadores tentam se segurar na cadeira. Com a força de águas represadas, a população pressiona de tal forma que vai abrindo fendas, corroendo vagarosamente as estruturas do poder.
23/02/2011
17/02/2011
As dores de Ronaldo
Fenômeno (arte sobre foto) |
Dono de uma arrancada inconfundível, Ronaldo jamais pediu licença para defensores. As tevês cansaram de mostrar, nesta semana, o atleta na sua melhor forma bufando, partindo para cima da zagueirada adversária, jogando a bola na frente e atropelando aqueles que encontravam-se na sua frente. Imagens de um passado brilhante. Juntando força e sutileza na medida certa, vencidos os zagueiros, bastava uma ginga para derrubar o goleiro e empurrar mansamente a bola para as redes.
10/02/2011
Os heróis e os super-heróis
Capa da primeira revista do Super-Homem (1938) |
Acredito que o primeiro entrave que aparece é a dificuldade dos adultos perceberem o mundo como os pequenos. O componente da magia, do surpreendente, do extraordinário, que compõem as histórias dos heróis, ficou para trás suplantado por preocupações como a administração do tempo, das relações familiares, carreira profissional, contas a pagar etc. Enquanto as crianças ainda vivem no meio da fantasia, entre nós, adultos, predomina a realidade. Assim, o tempo dos heróis vai se distanciando cada vez mais, permanecendo, quando muito, restrito a um cantinho da memória.
04/02/2011
Veríssimo, o BBB e o Circo dos Horrores
Recebi dia desses um e-mail onde um suposto Luís Fernando Veríssimo analisava o Big Brother. Analisava não, descia o cacete sem piedade, sem misericórdia. Criticava a Globo, o Bial e todos os que protagonizam o triste espetáculo televisivo. Li uma ou duas frases. A conclusão foi rápida, não era o LFV, muito embora embaixo do texto seu nome aparecesse com destaque. Havia sangue demais, indignação demais. Nada de humor, nada de sutileza. Tudo revelado sem meias palavras, sem aquele conhecido sentido oculto que ele habilmente imprime em suas obras.
Um professor universitário disse certa vez que, quando nós, acadêmicos de Direito, estivéssemos perdendo a discussão jurídica, deveríamos jogar algumas palavras na boca de Rui Barbosa e xeque-mate! O conselho, se rasteiramente analisado no âmbito jurídico, induzia a um comportamento desonesto, também conhecido como 171 ou estelionato. A desfaçatez, a esperteza a nosso serviço. Lição de desonestidade na sala de aula.
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