A impressão que todos temos ao olhar o quadro de medalhas, que ostensivamente vem sendo apresentado na mídia, é a de que o Brasil poderia e deveria subir uns muitos degraus. É francamente desanimadora a presença do país que, apesar do crescimento econômico, da estabilidade política, não consegue desenvolver uma política desportiva que privilegie os esportes olímpicos.
Há países muito menores que o Brasil e que, apesar disso, dão um verdadeiro passeio em nossos atletas. Não falo da China que investe milhões de dólares para formar vencedores profissionais. São jovens recrutados nas escolas, preparados cientificamente para vencer provas. São papas-medalhas, submetidos a uma rotina desumana desde a tenra idade. São outdoors do sistema chinês tanto quanto russos e cubanos durante o período da guerra fria.
Falo de países como a Jamaica que investe pesado no desenvolvimento de esportes de alto rendimento como os 100 e 200 metros rasos. Mas há os quenianos que contrariam a regra. Os investimentos são minúsculos, mas os resultados estupendos. Superam o abandono correndo pelo país. Depois conquistam medalhas em todos os cantos do mundo. Para completar o espetáculo passeiam nos Jogos Olímpicos com seus corpos magérrimos, suas pernas longas, passadas rápidas. São incansáveis. São inalcançáveis.