24/01/2013

A fórmula do sucesso


Sou solidário à comunidade que protesta em todos os verões contra mais uma edição da arapuca virtual protagonizada pelos heróis globais e seu joguinho sacana. Ao que consta, porém, a gritaria não tem sido suficiente para repercutir junto a patrocinadores. Do lado de lá somente silêncio. Para eles, toda a  gritaria não passa de insignificante sussurro. 
Uma coisa é certa:  a fórmula dos shows realísticos é muito boa. E rende muito. Candidatos que pretendem amealhar algum valor em dinheiro ou impulsionar uma carreira qualquer, cercados de câmeras, impulsionados pelos olhares anônimos de milhões de pessoas, vivem uma realidade fabricada na medida para que saiam do sério. Longos banhos de piscina, festas, corpos expostos, puxa daqui, empurra dali, uma bebida para refrescar ou esquentar a situação. Depois é jogar o jogo comandado pelo talentoso líder, misto de filósofo da banalidade e arauto do olimpo global.
Confinados na “casa”, deuses e semideuses, heróis da nação "pedrobialiana" expõem para um público louco por uma empulhação o melhor do pior. Conchavos, alianças, manipulações, enjambrações das mais criativas. A sede dos jogadores, por vezes cobertos por sutis edredons, lembra a relação incestuosa dos políticos pátrios com as gordas tetas da nação.
Os expectadores do show realístico, porém, estão em larga vantagem. Os mandatos dos “heróis” são diminutos. O reinado dura um só verão. Vez por outra um deles consegue uma sobrevida. Uma pontinha numa novela.  Uma participação num desfile. Umas fotos nas revistas e pronto. É uma exceção. A maioria volta para a fila dos comuns. Fim da linha.
Já o show protagonizado pelos jogadores das finanças do país é coisa que não tem fim. De vez em quando um escândalo derruba meia dúzia. São substituídos logo ali por outros párias. E a sacanagem segue interminável. 
O show televisivo termina ou é abortado pelo uso consciente do controle remoto, a melhor arma que dispomos de controle de qualidade. Porém, não há controle remoto para segurar os saqueadores do erário público. Uma pena. Seria de grande valia!

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