26/02/2014

As lendas

Conta a lenda que, no ano de 490 a.C, soldados gregos marchavam até a planície de Marathónas para lutar contra o exército persa. O comandante grego notou, porém, que seu exército era diminuto e se continuasse marchando seria facilmente derrotado pelos adversários.
Sabiamente, estacionou sua tropa e escolheu o soldado mais veloz de todos (Pheidippedes) para que corresse os 40 km que os separavam de Atenas. Lá deveria arregimentar mais homens para se juntar ao exército. E assim foi feito.
Em pouquíssimo tempo, o soldado corredor retornou marchando com mais 10 mil homens. Com as fileiras encorpadas, os gregos venceram a batalha. Satisfeito, o comandante deu nova ordem a Pheidippedes (que deve ter pensado naquele momento: “o homem não larga do meu pé!”). Deveria retornar os 40 quilômetros e informar a todo o povo que os gregos haviam vencido. Obediente como cabe a um soldado, mesmo enfrentando a fadiga da guerra, da falta de sono, de alimento, voltou até a cidade. Ao chegar, extenuado ao extremo, juntou o pouco de forças que lhe restavam e pode somente dizer uma palavra, antes de cair morto: “vencemos”.

13/02/2014

Telejornais

Enquanto os pingos de chuva sepultam o calor intenso que incomodava a todos, dedico alguns minutos ao telejornal. Me ocorre que, diante de tudo o que o locutor apresenta, estou vivendo uma realidade particular. Ou melhor, quase todos estamos vivendo realidades particulares.
E vejo que estou muito longe de entender o que vem ocorrendo no nosso país. Nem me refiro ao mundo porque seria pretensão demasiada para quem se confessa um incompetente para entender a realidade de nossa querida pátria.
Não é falsa humildade (em princípio este sentimento não é muito comum entre os cronistas - todos eles tão senhores de si). Não é falsidade não. Confesso minha total ignorância diante destas rusgas que tomam conta das ruas, onde meninos e meninas jogam coquetéis incandescentes contra soldados, destroem veículos particulares, apedrejam ônibus (muitas vezes com mulheres, crianças e velhos no seu interior), lançam pedras e paus nas vidraças de lojas, escarafuncham no interior dos comércios levando o que não os pertence.

O fim do futuro

Crescemos pensando no futuro. Projetamos coisas para os dias que virão. Trabalhamos hoje com o olhar voltado para a aposentadoria no dia de amanhã. Se possível, guardamos um pouquinho na poupança para uma eventualidade qualquer. Previdência sempre foi uma expressão na moda. Até hoje.
Os dias de hoje, no entanto, revelam-se muito diferentes dos de ontem. As gerações que recém botaram os pés neste chão encontraram outros tempos. Outras normas, outros recursos, outras vivências. Não basta o projeto futuro. Importa o hoje. O prazer de agora. O futuro não está em pauta. Ninguém precisa de estabilidade. Precisa, isto sim, ostentar um hoje brilhante e mutante. Instável, mas prazeroso. A estabilidade não apresenta novidades. A rotina cansa.