06/05/2015

As Mães

Nas escolas infantis estes dias que antecedem ao Dia das Mães é de grande movimentação e expectativa. Os pequenos são estimulados pelas “tias” a preparar algumas surpresas para suas genitoras. São orientados a entregar a agenda para o pai que, desatento como sempre, não observará que dias antes deve mandar alguns trocados ou materiais para a confecção das surpresas. Nestes casos, a diligente mãe é quem providenciará tudo o quanto for necessário para a sua “surpresa”.
Sem contar as musiquinhas que os pimpolhos ficam tentando cantar pelos cantos da casa. Querem, de alguma forma, antecipar o conteúdo, mas como foram orientados para que não cantassem na presença da mamãe, ficam disfarçadamente treinando o canto. As mães, por sua vez, fingem que nada ouvem.
As coreografias constituem um capítulo à parte. Trôpegos ainda com estas coisas de coordenação motora, visivelmente não dominam seus corpos. E as “tias”, zelosas como nunca, incluem duas ou três ações simultâneas para a garotada. Se alguns adultos têm que optar entre caminhar e mascar chicletes, imagina os pequenos que têm que cantar e gesticular ao mesmo tempo. Claro que a intenção é das mais compreensíveis. É tudo treino. É tudo preparação.
Porém, não é incomum que um que outro desgarre do grupo e fuja do palco assustado com a complexidade da missão. Neste caso não faltará um colo de mãe a acolhê-lo. Convenhamos, como mãe é ser humano também (desculpe, mas às vezes a missão materna é tão exaltada que parece que todas são divindades), não é anormal que a mamãe do fujão questione: “será que este menino é normal?”.
Enfim, como diria aquele poeta sempre presente: são tantas emoções. Mas, todo o esforço vale a recompensa. No final das homenagens, mães retocam suas maquiagens visivelmente emocionadas com a performance dos pequeninos. Nem lembram que compraram as lembranças, que sabiam a música que seria cantada e que a gurizada agia desordenadamente no palco.
O choro das mães é sincero.

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