Nas
escolas infantis estes dias que antecedem ao Dia das Mães é de
grande movimentação e expectativa. Os pequenos são estimulados
pelas “tias” a preparar algumas surpresas para suas genitoras.
São orientados a entregar a agenda para o pai que, desatento como
sempre, não observará que dias antes deve mandar alguns trocados ou
materiais para a confecção das surpresas. Nestes casos, a diligente
mãe é quem providenciará tudo o quanto for necessário para a sua
“surpresa”.
Sem
contar as musiquinhas que os pimpolhos ficam tentando cantar pelos
cantos da casa. Querem, de alguma forma, antecipar o conteúdo, mas
como foram orientados para que não cantassem na presença da mamãe,
ficam disfarçadamente treinando o canto. As mães, por sua vez,
fingem que nada ouvem.
As
coreografias constituem um capítulo à parte. Trôpegos ainda com
estas coisas de coordenação motora, visivelmente não dominam seus
corpos. E as “tias”, zelosas como nunca, incluem duas ou três
ações simultâneas para a garotada. Se alguns adultos têm que
optar entre caminhar e mascar chicletes, imagina os pequenos que têm
que cantar e gesticular ao mesmo tempo. Claro que a intenção é das
mais compreensíveis. É tudo treino. É tudo preparação.
Porém,
não é incomum que um que outro desgarre do grupo e fuja do palco
assustado com a complexidade da missão. Neste caso não faltará um
colo de mãe a acolhê-lo. Convenhamos, como mãe é ser humano
também (desculpe, mas às vezes a missão materna é tão exaltada
que parece que todas são divindades), não é anormal que a mamãe
do fujão questione: “será que este menino é normal?”.
Enfim,
como diria aquele poeta sempre presente: são tantas emoções. Mas,
todo o esforço vale a recompensa. No final das homenagens, mães
retocam suas maquiagens visivelmente emocionadas com a performance
dos pequeninos. Nem lembram que compraram as lembranças, que sabiam
a música que seria cantada e que a gurizada agia desordenadamente no
palco.
O
choro das mães é sincero.
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