Fonte da imagem |
Os madeireiros cortam árvores na
Sibéria. 10, 20, 30, 40 graus abaixo de zero.
Os pinus caem levantando neve para todos os lados. Trabalham duro. Não
suam. Banho nem pensar. Um especialista adora percorrer pântanos atrás de
jacarés. Outro, tenta fazer contato com leões em plena África. Uma dupla de
especialistas viaja pelas florestas, pelos desertos e outros rincões mostrando
técnicas de sobrevivência. Já sei bem: prioridade é a água, o fogo e capturar
animais, pois proteína é fundamental nestes casos.
No
Alasca, a briga é para ver quem levanta o maior dos atuns. Eu, na minha santa
ignorância, imaginava que atum era um peixinho. Uma titiquinha de nada que
depois de limpo era acondicionado numa latinha minúscula vendida no mercado entre
R$ 3,50 e R$ 6,50. Para minha surpresa, recentemente fiquei sabendo que os
atuns azuis pesam 180, 200, 250 quilos. São animais de 1,80 a 2,50 metros.
Alguns, dependendo do teor de gordura e da qualidade da carne, podem valer até
45 dólares o quilo. Ou seja, um peixinho insignificante pode valer algo em
torno de 5 mil dólares. Claro que a pesca é controlada. Há períodos e zonas
estabelecidas e controle governamental. Apesar disso, nas águas geladas uma
verdadeira guerra acontece para jogar linhas e capturar os monstrinhos.
Em
ambos os casos, madeireiros e pescadores, foram transformados em personagens de
shows televisivos. Suas atividades são filmadas e depois editadas para
programas de tevê que são vistos no mundo todo. Cada árvore que desalinha ameaçando
cair fora do local planejado, cada peixe que consegue fugir levando a linha e o
anzol servem de pretexto para longas explicações e caras em close, mostrando o
sofrimento dos protagonistas.
A
tevê está cada vez mais esquisita. E o show obviamente não pode parar. Ao que parece (pelo menos nas tevê por
assinatura), novelas, noticiários e programas musicais vão ficando no passado.
A opção é pelo estranho, pelo radical e pelo mais verdadeiro possível. A vida
sem muito roteiro. Correndo como deve. Cheia de improvisos, de erros. Pouca
inspiração, às vezes, mas muito suor. Situações extremas desafiando o homem.
É
motosserra que emperra. É peixe que escapa. São dentes do jacaré que se mostram
ameaçadoramente. Uma cobra sorrateira espera em algum lugar na mata. É chuva e
raio que surpreende os desafiantes que ainda não concluíram o abrigo e nem
garantiram o fogo para a noite. Tudo muito real não fosse uma equipe de
filmagem correndo atrás para garantir o melhor ângulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário