"O ilusionista é o artista que
encobre a realidade visível entregando uma outra realidade a quem se
permite ver. Artistas criam. Iludem quando podem. O indivíduo que
descubra, que desvende. O mistério desfeito perde a graça. O
encanto se afasta".
O universo é mágico. Ou, pelo menos, deve ser. Restam incertezas a
seu respeito, eis que é um gigante desconhecido. Conhecidas são
algumas das leis que o regem. Outras, no entanto, ainda carecem de
descoberta. Porém, uma coisa é certa: ele se expande sem parar. Ao
menos é o que dizem os cientistas. Assim, se cresce
ininterruptamente, pode-se crer que essa imensidão, que se
convencionou chamar de universo, é um ser vivo que está se criando
aos poucos. Dedução lógica. Mas, a lógica nem sempre prevalece.
Não há palavra definitiva sobre isso. Então, especular é
possível.
O escritor Francês Léon Denis, em O Grande Enigma, numa linguagem
mansa e poética, apresenta os mistérios da criação. Discorre com
salutar deslumbramento sobre o componente mágico contido nas leis
naturais que determinam as mudanças de ciclos, as variações
climáticas, os relevos, a incidência solar e as maravilhas
incompreendidas na sua completude que, muitas vezes, escapam aos
olhos cansados ou desatentos mais focados nos problemas do dia a dia
e nas distrações momentâneas que a vida oferece.
Há magia por detrás dos mistérios. O ilusionista é o artista que
encobre a realidade visível entregando uma outra realidade a quem se
permite ver. Artistas criam. Iludem quando podem. O indivíduo que
descubra, que desvende. O mistério desfeito perde a graça. O
encanto se afasta.
Já que nossos sentidos encontram magia aqui e ali importa saber,
enfim, de onde vem esta expressão tão em voga, pelo menos por aqui.
Segundo consta, a palavra magia vem de longe. Como ocorre com muitas
palavras, magia é um destes termos que vai viajando lentamente,
passando por gregos, romanos, atravessando oceanos e cunhando
significados distintos. Esse processo mágico (desculpem o inevitável
trocadilho) é necessário para que os vocábulos tomem forma e se
cristalizem na linguagem humana ao longo dos tempos.
Dizem que magia tem sua origem na língua persa, e vem de Magush,
que representava uma espécie de conselheiro, sábio ou sacerdote que
interpretava os sonhos. Foi incorporada no grego como magos, e
deste vocábulo se derivou magiko e magike
e teknine, que significam respectivamente “mágico” e
“produção do sobrenatural”.
O mundo espiritual, primitivo, essencial, já esteve no rol dos
mistérios e da magia. Porém, com o passar do tempo o conhecimento
foi revelando as nuances que cercam os fenômenos ditos espirituais.
Restam ilusões, é claro. Eis que, nem tudo é sabido, nem tudo é
admitido, nem tudo foi revelado e nem tudo foi estudado. A lógica,
lá vem ela de novo, porém, demonstra que os mundos se fundem, se
tocam, se conectam sempre pelas percepções, num processo
incessante onde não há barreiras físicas suficientes para
determinar de maneira definitiva a separação entre o físico e o
essencial.
Assim, de algum modo somos todos capazes de perceber e receber, em
maior ou menor grau de intensidade, os reflexos do mundo um dia
chamado de extrafísico. Porém, neste vasto campo resta espaço
suficiente para o mistério, para a magia e para a ação dos magos.
As coisas se complicam quando o humano utiliza a magia para proveito
próprio. Aí nasce o reino da ilusão.
Obrigada pelo convite...adorei!!!!
ResponderExcluirObrigado por prestigiar nosso blog. Volte sempre!
ExcluirE tão fascinante é a lógica que parece magia. Bela abordagem. Aguça nossa curiosidade.
ResponderExcluirComo sempre, belo texto. Um mágico dia...
ResponderExcluirObrigado por acessar nosso blog. Grande abraço
Excluir