"Diante do resultado atingido no
experimento, além de tudo o que se conhece sobre os efeitos da força
impulsionadora da linguagem no contexto humano, pode-se afirmar que
as palavras repetidas como mantras carregam energia capaz de
contribuir para a construção de realidades".
As palavras carregam algum peso. Algumas expressões mais do que
outras são marcantes pela carga que expressam. O que num momento
primeiro pode parecer um ajuntamento de letras, na verdade, é um
veículo condutor de energia. Não é blá-blá-blá, não! Há
estudos empíricos ou nem tão empíricos assim que demonstram a
força emanada pelas palavras. De algum modo, pode-se afirmar que a
expressão linguística se não é por si só determinante, ao menos
pode influenciar no resultado conquistado.
Um desses experimentos foi realizado pelo pesquisador japonês Masaru
Emoto, que separou amostras de água em pequenos frascos e
gravou neles palavras como “amor”, “ódio”, “paz”,
“serenidade”, “conflito”, “tristeza”, “alegria”.
Passado algum tempo, Emoto congelou rapidamente a água das amostras
e realizou exame no microscópio os cristais formados pelas moléculas
de água. Ocorre que, as moléculas
das amostras com palavras positivas apresentavam formas harmônicas e
cores suaves, enquanto as amostras com palavras negativas
apresentavam formas irregulares e uma coloração agressiva.
Diante do resultado atingido no
experimento, além de tudo o que se conhece sobre os efeitos da força
impulsionadora da linguagem no contexto humano, pode-se afirmar que
as palavras repetidas como mantras carregam energia capaz de
contribuir para a construção de realidades. Ocorre que o corpo
humano conta com mais de 70% de água, sabidamente condutora de
energia. Então, repetir exaustivamente palavras com carga negativa
resulta na construção de uma realidade negativa. Além disso, toda
a energia emanada, seja por palavras, por pensamentos, por
sentimentos, entre outras formas, influenciam no meio.
Num destes desenhos animados que
eram cultuados nos anos 70 e 80, da Hannah Barbera, repetidos à
exaustão na programação das tevês de então, a hiena Hardy
contrastava com o otimismo do leão Lippy. Enquanto Lippy via a vida
com lentes coloridas, impulsionando suas ações com uma expectativa
sempre positiva, Hardy carregava o peso determinante do pessimismo.
Dublado por Lima Duarte, a versão brasileira cunhou o bordão “oh
vida, oh céus, oh azar… isso não vai dar certo!”. O contraste
entre as visões de mundo de cada um dos personagens virou assunto
nas faculdades de Psicologia: de um lado o otimismo, a alegria e a
certeza de que, independentemente do que vier, o resultado será
positivo; do outro, a derrota, o problema e o fracasso antevistos e
aguardados.
Por falar em fracasso: quer palavra
mais determinante do que essa? Nos dias de hoje, fracasso é tudo o
que não deu certo, o que falhou, o erro cometido, o insucesso. De
algum modo, é muito diferente do que a palavra significa em
italiano. Lá na Itália fracasso significa quebrar. Uma bola que
atinge uma vidraça ou um vaso que se espatifa no chão causando um
barulho assustador. Isto é o fracasso italiano. O fracasso por aqui
é mais grave. É a quebradeira total, a falência, uma desgraça
enorme.
Mesmo não pronunciada, a palavra pode contribuir para o
estabelecimento de um padrão, conduzindo para um estado de
realização ou de estagnação. O próprio pensamento influencia na
criação deste estado. A repetição de mantras, mesmo que
mentalmente, como “não consigo”, “não sou bom”, “não
tenho capacidade para isso”, “não tenho talento”, “eu não
mereço”, “eu não sei”, “eu não posso” criam barreiras
que limitam a ação do indivíduo.
Não significa que só pensar e
mantralizar coisas positivas vá determinar o sucesso do indivíduo.
É óbvio que a pessoa precisa suar a camiseta, trabalhar para que as
coisas aconteçam. Ou seja, o mantra deve ser acompanhado de um ato,
uma ação, um esforço. Sem isso, o processo tende a não se
completar na prática.
Culturalmente, este período de
Natal e Ano Novo, é carregado pelas melhores mensagens que se pode
compartilhar: afeto, compreensão, compaixão, amizade, valorização
do amor, respeito, bondade, entre outras expressões, estão por aí
nas propagandas massivamente divulgadas pela mídia. Uma vida mais
leve, centrada muito mais naquilo que vale a pena. Isso, de algum
modo, gera um ânimo muito diferente do que aquele existente em
outros períodos do ano. Mas, como disse, as palavras por si só
não determinam a realidade, elas contribuem. Bom seria se o esforço
humano fosse grande de tal forma que elas ganhassem um poder maior e
atravessassem o ano todo. Sonhar e imaginar não custa nada. Afinal,
sonho e imaginação sempre estão presentes no processo criativo.
Ótima abordagem, e instrutiva!
ResponderExcluirObrigado, mestre Alacarini. Abraços!
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