A impressão é de que todos nós estamos sobre um solo rico em pedras preciosas. Porém, não há como saber onde elas estão. |
Filósofos, místicos, religiosos e curiosos de todas as
tribos vêm dedicando algum tempo na análise da existência humana. São alguns
milhares de anos de perguntas, respostas e conclusões parciais. Para cada
resposta dada, novas questões vão surgindo. Ciclos e mais ciclos vão sendo
criados sem que seja antevisto algum fim possível. Há conclusões definitivas, é
claro! Mas, o tempo vai passando e o definitivo vai ficando para trás.
A
impressão é de que todos nós estamos sobre um solo rico em pedras preciosas.
Porém, não há como saber onde elas estão. Não há máquinas, só os braços. E não
há braços suficientes para remover todo o material orgânico que se acumulou por
milhares de anos. Uma quantidade interminável de lama, de areia e de rochas que
foram se sobrepondo lentamente. E embaixo disso tudo, gemas cristalinas
esperando pelas mãos de hábeis artesãos que dominam a arte da lapidação.
Porém
para boa parte da humanidade estes questionamentos estão bem escondidos atrás
das preocupações do dia a dia. Contas a pagar, coisas por comprar, estradas por
andar. Trabalho, estudo, jogo no fim de semana, aniversário na família, celular
novo que o outro caiu na privada, foto na rede porque é preciso mostrar o
almoço ou o café. Uma fezinha na loteria porque seis dezenas na mega não é
coisa impossível de se acertar. Vai que a sorte dormiu na mesma cama esta noite
e nasce aqui mais um milionário. E aí, com dinheiro no banco, ninguém precisa
de filosofia.
O
antigo pensador arriscava algumas respostas para as questões humanas mais
intrincadas. Porém, a resposta mais brilhante remete ao próprio indivíduo:
conheça a ti mesmo. Ou seja, tuas
questões mais íntimas não podem ser respondidas através das certezas dos
outros. O indivíduo é o único que pode avaliar com exatidão tudo o quanto
revela o seu processo. Na verdade,
aquele narrador global, que causa brotoejas em boa parte dos torcedores de
futebol no país, cunhou uma expressão há mais de vinte anos que continua válida
até hoje. Diante das dificuldades do dia, das incertezas e dos medos cabe ao
próprio indivíduo dar os passos seguintes e definir a jogada. “Vai que é tua,
Taffarel!”. Bem assim, sem tirar nem por. Sócrates e Galvão. Dá até para rir.
Quem quiser que ria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário