Thomas Alva Edison |
Era um aluno que não vibrava. As
atividades propostas pelos mestres encontravam algum engajamento nos demais.
Nele não. Era um estudante desligado. Tornou-se um problema para alguns
professores. Avaliá-lo era difícil. Parceia que não tinha talento para nada.
Não demonstrava interesse. Enfim, era um desastre. Um professor, do alto de sua
sabedoria, de seu objetivismo, decretou que ele não era desprovido de talento.
Ao longo da vida seria um mero coadjuvante. Isso se todos os astros conspirassem
a seu favor. O esperado, porém, é de que os astros dessem as costas e o aluno não passasse de um figurante, destes
que aparecem alguns segundos na tela com o rosto desfocado caminhando enquanto
as câmeras flagram as mínimas expressões dos
rostos dos protagonistas.
Rejeitado
na escola, passou a ser educado pela própria mãe que lhe apresenta as lições
mais de acordo com o seu gosto. Assim, o aluno rebelde e imprestável para o
sistema de educação, começa a se jogar de corpo e alma nos livros de ciências.
Apoiado pela zelosa mãe, monta um laboratório onde começa a fazer pesquisas.
Vez por outra algum estrondo balança a casa, resultante da mistura inapropriada
de elementos químicos.
O
tempo passou independentemente da vontade do professor, dos alunos e do
diretor. Passou também para o aluno, aquele que não teria futuro, que não seria
reconhecido. A nulidade, porém, havia trabalhado pacientemente durante longo
período no desenvolvimento de suas potencialidades, já que seu interesse sempre
foi para coisas mais significativas do que os conteúdos apresentados por
aqueles que se diziam mestres.
Apesar
de trabalhar formalmente, sempre guardava um bom tempo para desenvolver suas
engenhocas. Passou por algumas desventuras. Mas, com o tempo começou a lançar
seus inventos, registrá-los, produzí-los e, com o passar dos anos, fez fortuna
aproveitando-se da invenção da lâmpada
elétrica. Thomas Alva Edson, que criou a Edison General Eletric, até hoje uma
potência mundial, é uma prova cabal de que nunca se deve confiar em um único
julgamento.
Os
processos avaliativos, baseados na percepção de um só indivíduo, podem
aniquilar as ricas possibilidades, podem sepultar sonhos e destruir pessoas. Um mero figurante em uma cena pode esconder um protagonista. Ou não?
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