Periodicamente chegam por aqui
informações sobre mudanças profundas. Mudam os hábitos. Mudam os tempos. Mas,
mudanças significativas na forma de viver aqui na Terra são poucas. Mesmo hoje,
nestes dias marcados pelo avanço tecnológico e científico, continua a vida como
há muito tempo atrás. E olha que a humanidade avançou em termos de invenções.
As comunicações ficaram mais rápidas, instantâneas, as bibliotecas estão à
disposição de todos no mundo virtual, o conhecimento juntado pelos homens por
milhares de anos está todo disponível para consulta.
Apesar
destes avanços, em alguns setores marcam-se os passos como uma criança que
recém aprendeu a contar até dez. Lá se vão mais de 2500 anos de pensamento
crítico e de busca de respostas. No
entanto, o homem ainda se debate sobre algumas questões existenciais bem
primitivas como a sua identidade, o seu papel social, o seu propósito, como tudo
isso foi criado e onde está a fórmula que o leve a sua felicidade.
É
certo que boa parte das pessoas não fica pensando sobre estas questões. Há
faturas a serem pagas, impostos a serem recolhidos, filhos a serem criados, carreiras
as serem administradas, chefes a serem suportados e desafios dos mais diversos
se impondo no dia a dia. “Nem é bom pensar”, virou mantra que inspira quem não
deseja ou mesmo não consegue sair dos conflitos mais imponentes do momento e
chegar a debater seu propósito de vida.
Ocorre-me
isto, diante da afirmação sempre presente de que o momento é de muita
discussão, agressões e desrespeito e de pouca tolerância e compreensão. Diz-se
hoje repetidamente que as pessoas não estão preocupadas com as outras, o que
mais desejam é ter razão, é vencer a discussão, é expor a fraqueza do outro na
rede, no comentário ácido e maldoso no território livre do mundo virtual.
As
verdades estão sendo ditas neste novo mundo. Um mundo poluído de ideias loucas,
de ações febris e de paixões momentâneas. Imaginavam os pensadores, lá
atrás, que o homem iria crescer ao ponto
de ter uma vida cada vez mais leve. Nada disso! Tudo ficou mais rápido. Todos
estão conectados. Sobra pouco tempo para todo o mundo. Na realidade, a falta
tempo para tudo. Assim, as pessoas têm pouco tempo para cuidar do seu silêncio.
E, convenhamos, convivendo com a algazarra diária não dá para ser feliz.
E
olha que conteúdo e estímulo não faltam. As ideias estão aí disponíveis a
todos. Mas, falta tempo. Há ocupação demais, coisas a fazer demais. São
demandas e mais demandas que vão ocupando a agenda e as cabeças.
Porém,
nem tudo está perdido. O homem é um bichinho esperto e sempre acha um jeito de
recondicionar as coisas. Sempre surge um brinquedo novo para trazer um pouco de
leveza. Até que a brincadeira canse e precise ser substituída por outra mais
sedutora. Tudo muito rápido como convém nestes tempos onde as horas correm, as
semanas voam, os meses se atropelam e os anos começam a se despedir quando
ainda estão entrando na sala.
Pois é caro, o progresso humano é como alguém mexendo uma mistura de bolo interminavelmente, recebendo novos ingredientes, retardando o preparo. Mas um dia chegamos lá.
ResponderExcluirBoa esta ideia do bolo sendo mexido. Ele inevitavelmente crescerá.
ExcluirTudo muito rápido! O futuro é daqui a 5 min.
ResponderExcluirCarpe die!