Boa dose de sorte acompanha os afortunados. Carência de
sorte assiste os desafortunados. Há boa sorte e má sorte. Ela bafeja alguns
poucos e parece ignorar a grande maioria dos sujeitos.
A sorte é um desses seres pouco compreendidos. Há dúvidas
reais se realmente existe. Para alguns é uma criação da sabedoria popular,
um mito que vem se perpetuando para
explicar de um modo muito pouco preciso os caminhos vitoriosos de alguns e os tropeços de outros.
Cientificamente não há explicações plausíveis para a sua
existência. Nos últimos tempos, porém, com a difusão do conceito quântico de
que o observador pode alterar a reação das partículas ínfimas, não se duvida
tanto de que existam princípios ainda não provados que favorecem a ocorrência
deste ou daquele fenômeno desconhecido. Assim,
a inexistência de uma comprovação científica não é taxativa quanto à existência
ou não de alguma coisa neste vasto mundo do desconhecimento.
O certo é que a sorte faz parte do cotidiano das pessoas.
O filho se inscreve para o concurso público. A concorrência é grande. Milhares
de inscritos por vaga. Mesmo que não esteja suficientemente preparado, os
familiares não se esquecem de desejar boa sorte no dia da prova. O atacante faz
tudo certo. Enquadrou o corpo, despachou o goleiro, bateu na bola com a força
necessária, mas, ela chocou-se com a trave saindo lentamente para fora. O
narrador do jogo, sujeito de raciocínio rápido, não se lembra de outra
justificativa. Para ele, faltou sorte.
Para a neurolinguística, o que se fala contamina ou aduba
o caminho do indivíduo. Assim, quem só fala em azar desencadeia uma série de
comportamentos que o levarão ao destino que deseja. Se o desejo é o sucesso, a
sorte, as expressões mais condizentes não passam pela negação da sorte e do sucesso.
Azar e fracasso, usados com frequência, direcionam o caminho que virá.
Para alguns, não existe sorte sem luta, determinação,
vontade e fé. A sorte seria um ingrediente a mais. Nunca a receita completa.
Nem a explicação única para justificar um resultado positivo. A sorte acompanha
os bons, os mais preparados, dizem.
No imaginário popular, a sorte é um ente ativo, sempre
presente aqui e ali, determinando fatos, construindo destinos, atuando
permanentemente na vida das pessoas. Atrás da sorte existem forças mágicas
que administram as doses para estes ou aqueles sujeitos. Como neste mundo as
normas são desconhecidas, o sortudo torna-se um privilegiado. Como se sabe,
estes seres mágicos não são tão mão aberta assim. Gastam suas poções com certa
parcimônia. Nos últimos tempos, parece que escolhem os sortudos após delicada e
criteriosa análise. Por via das dúvidas, sempre é bom repetir o mantra
diariamente “que eu tenha boa sorte”. Vai que ouçam!
Ainda sobre a sorte:
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