Os soldados derrotados nas
batalhas tornavam-se escravos dos vencedores. A força da vitória impunha a
submissão. Os vencidos alienavam suas crenças, seus bens, suas vidas.
Tornavam-se sombras daquilo que foram um dia. Perdiam a voz. Perdiam a
liberdade. Perdiam tudo. Alternativas
não existiam. A lei era essa. O jeito era vencer as batalhas e subjugar o
outro. No caso de insucesso, muitos
guerreiros preferiam a morte no campo de batalhas. A morte assegurava alguma
dignidade. A escravidão nenhuma.
Naqueles
tempos primitivos, onde a vida se resumia a meia dúzia de convenções, tudo era
muito simples. A submissão de um derrotado era algo justo, certo e
incontestável. Não sobravam dramas de consciência e nem lamuriações quanto à
injustiça da medida. Os deuses assim queriam e pronto. Não se falava mais nisso
porque ninguém era louco em afrontar os deuses da guerra.