Antônio da Silva |
Já havia ouvido esta história. Porém, em 2013, por ocasião da edição de um vídeo sobre os 60 anos de fundação do GAO - Grêmio Atlético Osoriense, pude conversar pessoalmente com Antônio da Silva, conhecido como Santo Antônio, que atuou nos anos 50 e 60 no futebol amador por equipes de Osório e de outras cidades. Foi um desses raros prazeres de ouvir uma boa história contada por seu protagonista.
Aos poucos as
lembranças vão sumindo de sua mente. Menos mal que Antônio da Silva, o Santo
Antônio, conta com o apoio da esposa Lucília Nunes da Silva. Ela é uma
entusiasta, especialmente quando começa a recordar os anos de glória que ambos
viveram nos campos de futebol de Osório. Ele, um polivalente atleta; ela, uma
torcedora das mais aguerridas.
Entre as
lembranças que não foram apagadas pelo tempo e por um AVC recente, está a de
que era um jogador polivalente. “Jogava em todas as posições possíveis. Só não
fui goleiro”, lembra Santo Antônio, que veio para Osório com 20 anos de idade
para defender as cores do Sulbrasileiro. Foram cinco anos de atuação no mesmo
time como titular absoluto, entre 1956 e 1960. Porém, um incidente o desgostou
profundamente. Acostumado à titularidade, não aceitou quando o treinador o
colocou no banco de reservas.
O
Sulbrasileiro, no entanto, não aceitou liberá-lo. Exigiu uma pequena fortuna na
época. Jaime Furtado, presidente do GAO – Grêmio Atlético Osoriense depositou a
quantia exigida (Cr$ 5 mil) e ficou com o atleta.
Jogando no
Campo do GAO, onde hoje cruzam as ruas 7 de Setembro e Firmiano Osório, Santo
Antônio empilhou gols. Sofreu com a ira dos torcedores da equipe rival. “Eu
fazia muitos gols. Não passava um jogo que não fizesse um”, afirma com
convicção. Com seus gols ajudou o time a conquistar o tricampeonato (60, 61 e
62), garantindo, assim, a participação no Campeonato Estadual de Amadores.
Santo Antônio
recorda que o time era muito bom. Destaca a segurança do Gil Davóglio, hoje
vereador na Câmara de Osório. “Ele era forte, tinha categoria, mas também
chegava junto”, descreve seu ex-companheiro de time. Já Araguari, que jogou no
Inter, era um caso a parte: “Ele vinha de avião pra jogar no nosso time”,
destaca.
O ex-atleta,
com orgulho, lembra que a habilidade e o talento dos tempos de juventude
garantiram um emprego público na Prefeitura de Osório. Com isso, permaneceu na
terra que tão bem o acolheu. Como reconhecimento, Santo Antônio participou,
depois de deixar os gramados, intensamente da vida dos clubes da cidade. “Fui
dirigente, treinador, colaborador de todos os clubes de Osório”, ressalta,
lembrando, ainda, que se envolveu na criação do Clube Atlético Milionários,
outra referência no esporte osoriense.
De pé: Gil Davogliio, Riograndino, Manferedini, Ângelo,
Linhares e Sebinho;Agachados: Bocão, Santo Antonio, Araguari,
Amadeu, Jarico e Dionísio
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