16/10/2017

O Artilheiro de Cinco Mil Cruzeiros

Antônio da Silva
Já havia ouvido esta história. Porém, em 2013, por ocasião da edição de um vídeo sobre os 60 anos de fundação do GAO - Grêmio Atlético Osoriense, pude conversar pessoalmente com Antônio da Silva, conhecido como Santo Antônio, que atuou nos anos 50 e 60 no futebol amador por equipes de Osório e de outras cidades. Foi um desses raros prazeres de ouvir uma boa história contada por seu protagonista. 

Aos poucos as lembranças vão sumindo de sua mente. Menos mal que Antônio da Silva, o Santo Antônio, conta com o apoio da esposa Lucília Nunes da Silva. Ela é uma entusiasta, especialmente quando começa a recordar os anos de glória que ambos viveram nos campos de futebol de Osório. Ele, um polivalente atleta; ela, uma torcedora das mais aguerridas.
Entre as lembranças que não foram apagadas pelo tempo e por um AVC recente, está a de que era um jogador polivalente. “Jogava em todas as posições possíveis. Só não fui goleiro”, lembra Santo Antônio, que veio para Osório com 20 anos de idade para defender as cores do Sulbrasileiro. Foram cinco anos de atuação no mesmo time como titular absoluto, entre 1956 e 1960. Porém, um incidente o desgostou profundamente. Acostumado à titularidade, não aceitou quando o treinador o colocou no banco de reservas.
O Sulbrasileiro, no entanto, não aceitou liberá-lo. Exigiu uma pequena fortuna na época. Jaime Furtado, presidente do GAO – Grêmio Atlético Osoriense depositou a quantia exigida (Cr$ 5 mil) e ficou com o atleta.
Jogando no Campo do GAO, onde hoje cruzam as ruas 7 de Setembro e Firmiano Osório, Santo Antônio empilhou gols. Sofreu com a ira dos torcedores da equipe rival. “Eu fazia muitos gols. Não passava um jogo que não fizesse um”, afirma com convicção. Com seus gols ajudou o time a conquistar o tricampeonato (60, 61 e 62), garantindo, assim, a participação no Campeonato Estadual de Amadores.
Santo Antônio recorda que o time era muito bom. Destaca a segurança do Gil Davóglio, hoje vereador na Câmara de Osório. “Ele era forte, tinha categoria, mas também chegava junto”, descreve seu ex-companheiro de time. Já Araguari, que jogou no Inter, era um caso a parte: “Ele vinha de avião pra jogar no nosso time”, destaca.
O ex-atleta, com orgulho, lembra que a habilidade e o talento dos tempos de juventude garantiram um emprego público na Prefeitura de Osório. Com isso, permaneceu na terra que tão bem o acolheu. Como reconhecimento, Santo Antônio participou, depois de deixar os gramados, intensamente da vida dos clubes da cidade. “Fui dirigente, treinador, colaborador de todos os clubes de Osório”, ressalta, lembrando, ainda, que se envolveu na criação do Clube Atlético Milionários, outra referência no esporte osoriense.

   De pé: Gil Davogliio, Riograndino, Manferedini, Ângelo, 
   Linhares e Sebinho;Agachados:  Bocão, Santo Antonio, Araguari,
   Amadeu, Jarico e Dionísio




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