O foco da existência humana deveria ser a construção da
felicidade. Não é. A educação formal, por exemplo, tende a se
expandir na busca da construção de uma carreira rentável que
proporcione uma boa renda para a aquisição de bens. Dinheiro,
imóveis, conforto, viagens, boas roupas, uma boa imagem são os
ideais de vida, na atualidade. O ideal de vida meio que se confunde
com o status de felicidade ostentado nas redes sociais. Ao mesmo
tempo que se expande para um lado, o processo educacional se
restringe por outro: bem-estar, satisfação, construção de um
caminho mais livre e, até certo ponto, despreocupado com os bens
materiais e o culto à imagem perdem espaço cada vez mais.
A educação tende a correr cada vez mais em direção ao mercado.
Formar profissionais que possam construir carreiras de sucesso é a
norma. A competição começa cedo. A busca pelos melhores não poupa
ninguém. Algumas décadas depois da implantação deste tipo de
filosofia, que prega a luta desenfreada pela vitória profissional,
pela carreira que dá visibilidade, status e grana, ocorre uma tímida
retração. Ocorre que o mercado está saturado de profissionais
competentes e infelizes. Gente que faz o que pensou que era o correto
e abandonou seus talentos e seus sonhos porque estavam ligados a
coisas que não davam dinheiro.