O processo de atualização informal dos fatos ocorridos no seio da
comunidade recebeu ao longo dos tempos inúmeros adjetivos. Fofoca
era o mais comum, mas também o mais pejorativo deles. Mexerico,
babado, bisbilhotice, falatório, futrica, disse me disse, fuxico e
indiscrição também eram usados para qualificar o ato de soltar a
língua a respeito da vivência alheia.
Hoje,
com a facilidade de comunicação as notícias atravessam o planeta
como cometas cruzam os céus. Em um segundo e o mundo todo está
sabendo de alguma coisa que aconteceu lá no cantão de um território
escondido em algum lugar do Paquistão ou da China. Às vezes a
notícia mais parece um boato ou uma invencionice. O que chama a
atenção é o inusitado. Há até sites especializados em notícias
bizarras. Em muitas delas, a convivência entre vizinhos revela algum
grau de intolerância: “Americano usa manequins para mandar recado
a vizinho intrometido”. Outra pérola: “Americana destrói
decoração de Páscoa de vizinho por achá-la sexy demais”.
Mas,
nem só de beligerância entre vizinhos vive nosso mundo mais bizarro
e surpreendente. Se por aqui as lutas políticas são tão acirradas
e os discursos de adversários carregam sempre uma dose cavalar de
ódio e de energias de baixa vibração, há locais em que as doses
de paciência tem que, obrigatoriamente, serem enormes. Isto porque o
improvável pode acontecer. Imaginem um empate entre dois candidatos
a importante cargo por aqui. Impensável, é claro. Mas, no mundo já
aconteceu. E a forma de decisão foi surreal: na sorte. “Eleição
para prefeitura é decidida no cara ou coroa nas Filipinas”, diz a
manchete.
Como
os debates por aqui em regra versam sobre temas que se levantam por
lá também, vez por outra há ocorrências significativas no mundo
envolvendo armas. Claro, há coisas sérias como massacres em escolas
americanas e até no nosso país. Não reside ai nenhuma graça. Mas,
ainda neste tema há espaço para o curioso, para o estranho e o
esdrúxulo. Essa aconteceu na Alemanha, onde foi noticiado que
“Alemão perde licença de arma após levar tiro do próprio cão”.
Com se vê as armas são um perigo na mão de qualquer um. Até de um
cachorro.
Às
vezes, para enfrentar este panorama surreal e bizarro dos dias atuais
na nossa pátria e mesmo no planeta, uma pesquisa nestas “notícias
estranhas” é uma bondosa e reconfortante pausa para superar o
stress cotidiano causado por esta estranha loucura que marca os
tempos que se vive. Afinal, notícias, fofocas, disse me disse e
mexericos se misturam perigosamente no mundo inculto e rápido que
passa na tela à nossa frente criando certezas falsas nas vítimas
que silenciosamente aceitam e compartilham aquilo que inocentemente
creem se constitui uma verdade.
Realmente, estamos vivendo situações que exigem cuidado redobrado em nossos comentários, inclusive colocado em risco a nossa integridade e a dos outros.
ResponderExcluirCom certeza. Tempos difíceis.
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