O
homem é um ser inquieto, sabemos disso. Ainda bem que assim é. Não
fosse e a roda ainda seria um bloco de pedra quadrado e a Terra seria
plana, com oceanos que terminavam no nada. E
o Criador ainda seria um ser vingativo que pune os carnavalescos
cariocas com uma peste porque “zombaram” da divindade nos seus
desfiles profanos. Porém, este anseio pela busca de respostas é um
caminho sem fim. Quanto
mais o homem avança
sua
pesquisa sobre a existência, mais perguntas surgem.
O
universo, visto no passado como a única fronteira possível, já não
contém tudo o que existe. Tornou-se
pequeno aos olhos de equipamentos sofisticados e diante de cálculos
matemáticos formulados por homens de mentes brilhantes e
insaciavelmente curiosas. O
olhar já está ultrapassando suas paredes.
Os
cientistas estão loucos para explorar os mistérios que se escondem
depois da luz. Há milhões de teorias, teses e ideias (no mais das
vezes sem comprovações) sobre a vida e a morte dos homens, dos
planetas e dos sistemas. As viagens vão se tornando maiores e, com
isso, as perguntas, contrariando o que se imaginava, ao invés de
receberem respostas concretas e acabadas vão se tornando mais
complexas e inalcançáveis.
Alguém
que esteja lendo isto tudo pode estar pensando: que se quer abordando
estas coisas assim tão distantes? Para que esforço mental tamanho
se há coisinhas menores e mais preocupantes nestes tempos de crise
econômica e moral? Há questões palpitantes no momento: o avanço
do coronavírus, a delação de Moro e Bolsonaro, as crises
econômicas, desemprego, o uso de máscaras e álcool gel
insistentemente, as seiscentas moedas de socorro do governo que não
chega até o cidadão, os desajustes de cá e de lá.
No
entanto, há gente suficiente repercutindo tudo isso. Tevê, rádio,
sites estão entupidos de matérias sobre as crises do isolamento
social causado por um minúsculo, desconhecido, temido e não
insignificante ser. Então, saindo deste panorama de mudança social,
vamos recorrer às reflexões filosóficas e às especulações sobre
a grandiosidade do desconhecido.
Há
tantos outros assuntos sérios e de discussão necessária, é
verdade. A qualidade dos alimentos que levamos à boca. O sofrimento
dos animais que servem de alimento, de cobaia de laboratório para
desenvolvimento de medicamentos etc etc etc. As manipulações
genéticas que transformam singelos vegetais em bombas de efeitos
incalculáveis, desconhecidos e convenientemente esquecidos pela
mídia, regiamente financiada pela indústria alimentícia.
Enfim,
não precisamos de tanto esforço assim para elencar três ou quatro
questões importantes, sem solução e altamente preocupantes. Isto
que nem tocamos na questão dos recursos naturais que antes pareciam
inesgotáveis, mas hoje se revelam passíveis de esgotamento.
Talvez
a espécie humana não viva tanto para encontrar todas as respostas.
Há quem aposte que o homem, como os animais que vão se tornando
raros e depois desaparecem, é mais um que entrará, mais dia menos
dia, num processo de extinção. Ou seja, há teorias que dizem que o
homem não é o suprassumo do universo. Não é,como se diz
vulgarmente, a última bolachinha do pacote. É, isto sim, mais um
entre tantas espécies de vida que existem por aí. Muitas delas
invisíveis aos olhos humanos.
Mas,
e o universo? E as questões transcendentais? E futuro da espécie? E
as dimensões paralelas? E o multiverso? Conseguirá o homem
encontrar respostas plausíveis para as intrincadas questões? Ou
permanecerão mistérios insondáveis para todo o sempre? Veremos. Ou
não!
Veremos, sim. Que possamos ainda vida nos maravilhar com mais alguma coisa.
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