Há pessoas que passam por aqui como se a vida fosse um mar de tranquilidade. Mesmo diante de uma tormenta agem como se os raios e os trovões fossem coisa normal. Outras há que desabam diante de qualquer nuvem escura que apareça no horizonte. Tornam-se religiosas, apelando para todos os santos, diante de uma mera chuva.
Os seres humanos são distintos. Agem diferentemente diante dos estímulos que lhes são apresentados. Nestes tempos de disputas esportivas, atletas, treinadores, árbitros e torcedores estão envoltos em emoções únicas. Para o jogador uma batida desajeitada na bola, uma desatenção momentânea, um erro de cálculo podem significar a frustração de um sonho pessoal, de um grupo ou de uma multidão de apaixonados pelo futebol.
Tem sido comum após as partidas o flagrante do choro convulsivo dos derrotados e até mesmo dos vencedores. Por motivos distintos, é claro! No caso dos perdedores, suados, extenuados pelo esforço quase hercúleo e ineficaz, corpos de gigantes deixam-se cair no solo, em câmera lenta, ao gosto dos novos padrões estéticos de transmissão esportiva. Ali permanecem durante longos segundos, como se mortos insepultos num campo de batalha. Corte na imagem... De outro lado, agitação, vibração, alegria. Estamos vivos!
Os torcedores, invariavelmente fantasiados, rostos pintados como guerreiros tribais, vão ao longo dos jogos perdendo a graça. Quem perde o jogo, perde o encanto. O rosto alegre de antes vira um túmulo, só revivido quando flagrado pelo telão. Aí é hora de disfarçar um sorriso, tímido que seja, dar um tchauzinho ou coisa parecida.
No nosso caso, temos ainda motivos de sobra para vibrar. Se vibraremos até o final da disputa, não sei! Faltam só três jogos, anuncia o jornal. Nesta sexta-feira saberemos. O adversário é a Holanda. Os laranjas foram carrascos em 74, mas depois disto perderam o ímpeto, tornando-se fregueses. Do outro lado, Argentina e Alemanha protagonizam um duelo de gigantes. Será uma luta daquelas, digna de ficar na história.
Não sabemos quem será o campeão da Copa. Gostaríamos claro que, ao final da disputa o time vencedor seja aquele que, aos olhos dos estilistas mais famosos comete o sacrilégio de misturar amarelo, verde, azul e branco. Os vencedores serão aqueles homens que aguentarem com mais firmeza a pressão. Não necessariamente serão os melhores. Para a história, porém, os bons são os que vencem. É Copa, é competição, é futebol. Na vida não há prorrogação, nem troféus, muito menos as famigeradas disputas de pênaltis. Uma verdadeira tortura da qual estamos salvos. Ainda bem!
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