04/01/2011

Hábitos desprezíveis na praia

A beira da praia é um local aprazível.  Ali a temperatura é alguns graus mais baixa. O vai e vem ininterrupto das ondas é um relaxante natural. Eventualmente, porém, somos chamados à dura realidade pelos maus hábitos que se disseminam a cada veraneio. Campanhas são infrutíferas, placas explicativas não surtem efeito, folheto com advertências são ignorados. 
Não adianta. Entra verão, sai verão e o modus operandi continua o mesmo. E ele é igual na orla gaúcha ou na catarinense. Gente velha, gurizada, marmanjos, meninada, enfim, parece que todo mundo se combinou e ninguém dá a mínima para as boas maneiras na beira mar. Também aqui em nossos dois balneários a turma anda exagerando.
Em alguns horários parece que a praia está destinada aos cães. Apesar dos alertas da saúde pública sobre os malefícios causados pela convivência, nem sempre pacífica, entre cães e humanos, nossos veranistas insistem em levar seus bichinhos para a beira da praia. Dia desses eu contei uns cinco simpáticos cães, acompanhados por seus exibicionistas donos. Sempre fico com a vontade de alertar os cães sobre a existência de uma legislação municipal que os impede de trotar por aquelas bandas. Porém, fico com medo de ser mordido por algum dono raivoso. Na dúvida, melhor calar. Ainda mais que nem placa há no local esclarecendo os ignorantes.
Alguns leitores podem até achar um exagero. Quanta maldade, privar os animais de um convívio tão prazeroso que é a praia. Eu mesmo só fui alertado para a gravidade do caso no verão passado quando recebi na própria pele os efeitos das larvas cultivadas com esmero no estômago dos cães e lançadas pelas fezes na beira da praia. Ainda hoje me causa arrepios quando penso em sentar diretamente na areia. 
Outra praga silenciosa é o lixo. Gente da melhor estirpe se senta em sua cadeira, embaixo do guarda-sol, se bezunta de protetor solar e depois se põe a fumar jogando fumaça na cara dos outros. Ora, tenha paciência. Vi gente enterrando na areia as bitucas do cigarro e mesmo o maço. Ainda tem o palito do picolé, o coco, o sabugo de milho, a sacola de supermercado, a garrafa pet, a latinha de cerveja. Ufa, que gente porca, hein?
Ainda bem que, pela manhã, um caminhão coletor passa por toda a praia recolhendo a parte visível da porcaria deixada pelo exigente veranista que poucas horas depois vai volta, encontra novamente a praia limpa e se refestela sujando-a como é de sua natureza. 
A orla merece respeito. O mar merece respeito. A natureza merece respeito. Nós todos merecemos respeito. É um dever de todos contribuir para uma cidade melhor, para um balneário melhor, para um veraneio mais tranquilo. De preferência sem cães na beira da praia, sem porcarias atiradas ou enterradas na areia. Recolher nossas sobras é o mínimo que podemos fazer. Quem sabe não é hora de investir um pouco mais em sinalização, placas indicativas e informação através de campanhas realizadas pela Secretaria da Saúde e também do Meio Ambiente para tornar nossas praias ainda melhores do que são.
As praias osorienses, Atlântida Sul e Mariápolis, estão ficando lindas. Alguns pequenos problemas aqui e acolá. No momento, porém, boa quantidade de veranistas ainda não despertou para os malefícios que vêm causando à coletividade. Quem sabe, um dia eles acordam e aí teremos a praia que todos nós merecemos.  

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