Existem muitas formas de encarar os fenômenos naturais como este da passagem do ano, do fechamento de uma década. O comportamento dos indivíduos varia conforme sua personalidade, seu momento e mesmo sua necessidade. Há os que são indiferentes, que não prepararão nada, que se distanciarão do ritual de passagem, se esconderão na hora da contagem regressiva, dos pulinhos sobre as ondas, da lentilha no bolso e de tantas outras artimanhas construídas ao longo do tempo por supersticiosos de toda ordem. Há os empolgadíssimos, movidos pela magia da mudança, que apostam em venturas sem trabalho, em resultados mágicos, como a sorte fosse escolhê-los entre todos os outros e, embalados por um cervejão ou por espumante, quando as badaladas anunciarem a chegada de 2011 e da segunda década do século, após todos os rituais possíveis e imagináveis, repetirão a velha canção que animava o fim de ano da Globo nos anos 70: “o tempo passa e com ele caminhamos todos juntos, sem parar, nossos passos pelo chão vão ficar”.
Duas galeras em especial se destacam nestes tempos de fechamento de ciclo. Os pessimistas, lembrando que 2010 foi uma droga, pois o Brasil não ganhou a Copa, seu time não foi campeão, que Lula está saindo, têm certeza que 2011 não será bom. Não farão planos, pois há grandes possibilidades de que não darão certo. Os otimistas, por sua vez, se preparam para um grande ano. Os otimistas gremistas então estão exultantes. Já começam a buscar semelhanças com seus melhores anos: Renato, Libertadores, Tóquio. Não encontram certezas, mas leves presságios. Algo no estilo “alguma coisa me diz que 2011 será diferente”.
Os pessimistas são rasteiros, não permitem o prazer da expectativa, sepultam o sonho. Antevêem o resultado, quando não muito, torcem para que a previsão negativa aconteça. Fracasso, desastre e “eu não te disse” são suas palavras preferidas. Os otimistas, por sua vez, são capazes de ver os aspectos positivos nas maiores catástrofes. Têm certeza de que algo bom está reservado para algum momento, que há de chegar.
Todos nós temos um pouquinho de otimista e pessimista. Em alguns momentos o otimista toma a dianteira. Em outros é o pessimista que pega as rédeas. E vão se revezando na condução dos trabalhos. Sem cansaço e sobressalto.
Aproveitando os ventos de final de ciclo, navegando conscientemente entre pessimismo e otimismo, nada mais justo que, do lado de cá, realizemos o balanço da firma. Afinal de contas, ou se contabiliza agora ou se perde a hora, pois amanhã seremos atropelados pelos novos fatos que fatalmente chegam e tomam conta da nossa atenção. Que década movimentada essa, hein? Um líder sindical chega ao poder, viaja pelo mundo como grande líder, termina a BR 101, aposta na sua amiga Dilma e vence. Grêmio na Série B. Inter multicampeão.
Quebradeira nos EUA e em vários países mundo afora, inclusive na Europa. Morre Michael Jackson. Cinema em 3D, Chico Xavier na telona, Justin Bieber para a gurizada e Paul para os beatlemaníacos de todas as idades. Black Yed Peas e Lady Gaga para dançar e anos 80 para relembrar. Sertanejos, pagodeiros, eletrônicos para todos os gostos. Brasil bom de bola em 2002, bola murcha em 2006 e 2010. Goleiro do Fla na prisão. Inter campeão de tudo, Mazembe e Renato Gaúcho as alegrias dos gremistas. E assim foi o que passou.
O que virá? Aguardemos! Como otimistas ou pessimistas. A escolha depende de cada um!
Agradecimentos
Obrigado a todos os que me acompanham neste espaço. A todos os que se manifestam carinhosamente quando me encontram. Aos amigos leitores um grande abraço e um feliz 2011. Que tenhamos paz e harmonia em nossos lares!
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