Goleiro Kidiaba (arte sobre foto) |
Um dirigente colorado, com quem convivi durante bom tempo nas coberturas diárias como repórter no Beira-Rio pelo Correio do Povo - lá na distante década de 80 -, quando encontrava-se em dificuldades para explicar problemas que pareciam sem solução se utilizava com frequência da expressão "imponderável". No dicionário o vocábulo é, entre outras coisas, definido como circunstâcia difícil de avaliar, de prever . E esta foi a impressão que me ocorreu no decorrer do jogo entre Inter x Mazembe, pelo Mundial de Futebol e, especialmente, no final da partida.
Sofreu e sofre o torcedor colorado, antes tão solidário ao discurso de treinador e da diretoria quando, solenemente esnobou o Campeonato Brasileiro, abandonando a disputa pelo titulo quando ainda tinha chances matemáticas para tanto. Sofreu e sofre o torcedor colorado que se mobilizou atravessando continentes para prestar o apoio ao time do coração.
Sofreu e sofre o torcedor colorado, antes tão solidário ao discurso de treinador e da diretoria quando, solenemente esnobou o Campeonato Brasileiro, abandonando a disputa pelo titulo quando ainda tinha chances matemáticas para tanto. Sofreu e sofre o torcedor colorado que se mobilizou atravessando continentes para prestar o apoio ao time do coração.
Imponderável, diria o dirigente rubro. Explicações, no entanto, devem ser buscadas. Errou o treinador ao sacar Tinga e Sobis, os dois melhores jogadores colorados no primeiro tempo. Errou o treinador a manter um esquema com um só atacante. Errou ao manter o time com dois volantes, voláteis, que encontravam-se em todos os locais do campo, menos na frente dos frágeis zagueiros do Inter. Errou Sóbis por duas ou três vezes. Errou Giuliano, o melhor da Libertadores, mero reserva no Mundial.
Ora, mas o jogo não foi só de erros. Acertou o adversário. Fechadinho, limitado. Dando balões quando necessitava. Povoando o meio campo. Explorando a velocidade do ataque. O Mazembe é o imponderável. É difícil avaliá-lo. É alegre, irresponsável , às vezes, varzeano. Seus atletas parecem guerreiros que saem das tribos preparados para a guerra. Adornos nos cabelos, gritos de guerra, danças exóticas e algum futebol. Um malabarista no gol para alegrar os feiticeiros que cantam nas arquibancadas.
Convenhamos, sobrou para os africanos o que faltou ao Inter. Foram duas lanças certeiras disparadas contra o gol colorado. O Inter teve quatro ou cinco chances e não acertou o alvo. Aí não reside o imponderável. Aí mora a competência.
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