28/06/2011

Encontro de amigos numa noite fria

Comissão organizadora do Encontro dos Amigos de Osório 
A noite era de um frio intenso. Dessas invernais em que, não obstante a vontade, por qualquer motivo - existente ou ficto-, pagamos para não sair de casa. O ideal seria, com certeza, encontrar uma boca de fogão a lenha e ali colocar os pés para esquentar a alma, se houvesse como. Ainda por cima, uma chuva fina insistia em dar o ar da graça. O vento vez por outra ganhava força e se impunha, assoviando forte, batendo janelas e portas, balançando placas de sinalização, revirando sombrinhas e despenteando os corajosos. Amigos de longa data, enfrentando o clima adverso, se deslocavam para o encontro, combinado pela rede social Facebook.
Nós chegamos um pouco antes. Eu e o Jerri já tínhamos passado o som, revisado luzes, ensaiado alguma coisa. Tudo parecia perfeito. Os membros da equipe de trabalho já ocupavam seus postos. O time da organização vinha chegando. A casa, pequena, aconchegante, foi recebendo os primeiros convidados. Eram recepcionados  calorosamente com beijos e longos abraços. Gente que não se via há eras.  Amigos do passado, dos bancos escolares, das estripulias da vida infantil, dos primeiros namoros juvenis, separados pelo vai-e-vem da exigente vida adulta.
O Serginho e a Evelise, com o apoio indispensável de toda a turma, juntou um sem número de fotos e rodou numa tela de 50 polegadas. Formou-se um clubinho na frente da telona. Fotos antigas e outras nem tanto. Alguns tentavam acertar quem eram aquelas figurinhas com suas roupas coloridas dos anos 70 e 80. Cabelos esvoaçantes, caracolados, fartos.  “Esta casa ficava no centro, perto de onde morava fulano de tal”, “esse é o irmão da fulana que estudava no General”, dizia a Silvana Mazon, meio que decifrando o emaranhado formado por tanta imagem.
Autoridades municipais da época em chapas de contraste marcante. Sempre havia um microfone da Rádio Osório, por certo, para captar a importante mensagem. Casinhas simplórias mas belas, apontando a forte presença açoriana na Vila de Osório, hoje apagada pelos prédios feios e sem estilo. Resistem em preto e branco nas fotos e na memória de alguns.
Lá pelas tantas, degustadas as imagens, passada a euforia inicial e impactante do reencontro, o burburinho obrou por abafar a música ambiente. Colocar o papo em dia era coisa difícil, naquela circunstância. A sala da casa estava cheia. Era a senha para começar a festa.
E lá fomos nós, eu e o Jerri, no placo, mas meio escondidos atrás dos equipamentos e das luzes. Uma abertura trivial, som, luzes. Mas os abraços efusivos e os beijos continuavam na pista. Vez por outro entrava alguém e um bando saia a recepcionar. “Acho que o pessoal veio só pelo encontro”, cheguei a dizer  ao Jerri. A programação tava bem organizadinha. O som tava legal. Mas nem o pé-frio do Mick Jaegger conseguia frear os beijos e abraços. Um ou outro casal, meio que desajeitadinho, se aventurava na pista.
Porém, a noite era muito fria lá fora. Dentro do Aloha, no entanto, apinhado com tanta gente amiga, o clima foi rapidamente esquentando. Acho que foi a Gloria Gaynor quem empolgou definitivamente e empurrou todo mundo para a pista. E aí se juntaram outros e assim foi a noite toda. Quando vimos todos estavam cantando e brincando como crianças, com graça e leveza. Como, aliás, gostaríamos que fosse a vida de cada um de nós.
Mais do que uma simples festa, o encontro dos Amigos de Osório, no Aloha, foi uma celebração à amizade. Se outros ocorrerem me convidem. Com prazer estarei lá, celebrando a amizade!      

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