Dizem que uma pesquisa realizada na cidade coloca um dos candidatos com larga vantagem na luta pela Prefeitura nas eleições de 07 de outubro. Dizem ainda que, diante da informação, está difícil para o outro candidato, o preterido, continuar incentivando seus cabos eleitorais e candidatos à vereança. Desânimo total. Quem me falou foi uma pessoa que me pediu segredo. Ele é muito bem informado e nada ganharia com a divulgação do fato, pois seu candidato está atrás.
A informação acima é falsa. Porém, quem leu somente o primeiro parágrafo ficou com a nítida impressão de que se trata de algo verídico. Assim nascem os boatos tão largamente utilizados no dia a dia. Nos tempos de campanha então, nem se fala! De boca em boca uma história qualquer vai tomando novos contornos. Cada um vai colocando um tempero a mais. No final da linha aparece uma história com todos os ingredientes, com todos os mínimos detalhes.
O boato é parte integrante do processo político. A falsa informação é cuidadosamente gerada por estrategistas que se valem do anonimato para divulgar meias verdades, mentiras e até algumas verdades que ninguém teria coragem de sustentar. O boato é o ápice do anônimo. Em algum lugar, imune a qualquer tipo de investigação, o autor sente prazer em ver sua falsidade se espalhar como fogo em palha. Repetida mil vezes, a falsa informação ganha cores de verdade. Faz coisa julgada
A estratégia que parece ingênua foi amplamente difundida na eleição presidente de 1989. Os agregados de Collor diziam a boca pequena que caso Lula ganhasse o pleito as casas da praia da classe média seriam invadidas pelos sem casa. Nas garagens seriam acomodadas as famílias pobres. Os carros ficariam na rua.
A informação assustou a todos. Até aqueles que não tinham casa na praia, que não tinham carro. A estratégia valeu para levá-lo ao poder. Este era o objetivo. Se depois o grupelho se embananou, se depois o déspota foi apeado de lá, aí já é outra história. O certo é que a desinformação funcionou. Ela cumpriu os objetivos traçados.
Quem nunca ouviu alguém dizer que um candidato qualquer anda com uma embalagem de álcool gel e após apertar a mão de um cidadão, tasca generosa quantidade do produto para a sua completa higienização? Quem nunca ouviu dizer que se um determinado candidato vencer o programa tal será suspenso? Que tal benefício não mais será concedido?
A eleição está aí. Faltam poucos dias para que os cidadãos escolham os novos mandatários dos municípios e os edis. Em alguns locais a encrenca eleitoral é das grandes. Numa das cidades aqui da região as taquaras que servem para erguer as bandeiras dos candidatos vêm se tornando armas para agressões mútuas de eleitores divergentes. Carros estão sendo riscados. Sinal de que as paixões estão à flor da pele.
Se por aqui às vezes a situação sai do controle, imagine-se o que não acontece nos cantões do nosso querido e amado Brasil.
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