17/10/2012

O horário de verão


Eis que o horário de verão retorna. E já não era sem tempo. O sol tem se mostrado muito cedo. Às 05h45min começam os primeiros clarões. Poucos minutos depois já é dia. Os pássaros, que se orientam pelos sinais da natureza, desatam sua cantoria alguns minutos antes das 06h da manhã.
Com a mudança no horário, os pássaros levam um drible. Vão cantar um pouco mais tarde. Nós, que não cantamos cedo (no meu caso nem tarde), recebemos alguns minutos a mais de descanso.
Outro aspecto positivo é quanto à duração do dia. Mais tempo para caminhar, para cuidar da horta, para fazer muitas coisas ou mesmo para o ócio. Os dias se alongam. As noites ficam menores por algum tempo.
Claro sempre há os que detestam o horário de verão. Muitos, como os agricultores, por exemplo, não o levam a sério. Tal qual os pássaros, guiam-se pelos sinais da natureza. Trabalham no “horário antigo”. Começam cedo na labuta, interrompem o trabalho quando os raios solares incidem com maior força e depois, no abrandamento da temperatura, retomam suas desgastantes atividades.

Preferência popular
Encontrava-me no interior do interior de um pequeno município agrícola do Litoral Norte do RS. A estrada era poeirenta. O local era belo. Muitas árvores, um riacho. Muitas casas simples. Umas que outras mais elaboradas. Bandeiras amarradas na ponta de taquaras enormes. Cada casa com uma preferência.
A eleição seria alguns dias depois. O clima era de disputa acirrada. Indaguei um dos moradores sobre a movimentação do pleito que se avizinhava. Questionado sobre quem ganharia, respondeu que o certame era complicado. “Aqui temos que escolher entre o velhaco e o ladrão!” disse sem vacilo. Questionado sobre sua preferência completou: “Vamos votar no ladrão, pelo menos é de nossa comunidade!”.
Não creio que tenha sido assim em muitos outros municípios. No entanto, pelo simples fato de em algumas comunidades o sentimento popular em relação ao processo eleitoral tenha sido esse, já é de se lamentar. Pena não terem a oportunidade de escolher o prefeito e os vereadores pelo trabalho prestado junto à comunidade. Uma verdadeira lástima.

Um comentário:

  1. Pois é amigo, situação de se lamentar. Mas esse fato muito comum, é um reflexo da falta de politização do povo, que pode muito bem modificar situações como esta com posturas mais participativas. Mas como tudo é um processo evolutivo, relembro as palavras de Joseph-Marie Maistre (1753-1821): “Cada povo tem o governo que merece”.

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