Cena do filme 1984 |
Isto é uma
ficção. Será mesmo?
Apesar dos
constantes alertas que nos chegam, normalmente através de e-mails
dos nossos queridos e paranoicos amigos, sempre sobra um pouco de
incredulidade. Nossos e-mails são rastreados, tudo o que
compartilhamos, que curtimos, que externamos no Facebook e nas outras
redes sociais estão sendo controlados por alguém. Este poderoso
alguém é capaz de reunir todas as informações possíveis a
respeito de seus ingênuos súditos e um dia, assim na maior surpresa,
receberemos um calhamaço de acusações. Esta data se aproxima. O
dia ficará conhecido como O Juízo Final. Não haverá advogados
suficientes para fazer tantas defesas.
Em pé, com
os músculos cansados, com os pés inchados, os incautos seres
sofrerão a tortura suprema. Em uma grande tela luminosa surgirão em
alta definição os gracejos mais infantis, as piadas mais infames,
as manifestações mais preconceituosas feitas em um tempo em que o
mundo era até divertido. Tudo aquilo que um dia foi tranquilo e
sereno, produzido e apresentado no mundo virtual ganhando uma
dimensão monstruosa. Será um vexame só. Até as comunidades do
extinto Orkut “odeio matemática”, “quero exterminar os
moralistas”, “sou assim e não mudo um centímetro”, que
pareciam pertencer a outro mundo, ganham vida e voltam a atormentar.
De certo modo
o noticiário internacional, que aponta a revelação de segredos de
estado por parte de funcionário americano, demonstra que o temor que
muitos têm em relação à privacidade das comunicações virtuais
não é balela de gente que teme à toa. Há um fundo de verdade sim
no medo de ser espionado pelo Grande Irmão. São fatos, não meras
especulações. O Império separa as mensagens enviadas pelas
pessoas, as classifica dentro dos critérios que estabelece conforme
seus interesses, forma dossiês com base nos dados coletados e poderá
promover acusações no futuro. Quem garante que não?
A história
de George Orwell se passa em 1984. Por quê não em 2013? Quem
duvida?
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