Num desses papos despretensiosos, onde o que mais se quer é filosofar, disse em alto e bom som que não há órgão de imprensa imparcial. Todos estão comprometidos. Antes que pudesse seguir na linha de raciocínio que vinha sendo traçada, outro se deu por ofendido e, tal qual um suicida que se lança na frente da locomotiva, avocou a si e à empresa que representa a total democracia e transparência. O sujeito cresceu na minha frente. Suas veias do pescoço subitamente inflaram. Suas narinas se alargaram como que buscando mais oxigênio no amplo ambiente em que nos encontrávamos. Parecia um herói de historia em quadrinhos em plena transformação.
Cheguei a pensar que ele sofreria algum distúrbio sério tal a transformação que experimentara em questão de segundos.