23/05/2019
Os boatos, as fofocas e as bizarrices
17/05/2019
O Reino da Mixórdia
"...só queriam um pouco mais de justiça e hoje enxergam que assinaram um cheque em branco e que a conta será muito mais salgada do que a anunciada".
O Brasil já vivenciou alguns episódios de mal-estar e constrangimento no passado. Na história recente, a posse de José Sarney como presidente é um desses fatos. Para os mais jovens, é claro, faz-se necessária uma explicação. Tancredo, que vem a ser tio-avô de Aécio Neves, era um político mineiro que concorreu à presidência numa eleição indireta, onde só votavam os congressistas. Naqueles tempos, o povo era alijado de votar diretamente. Este direito de escolher o presidente cabia aos deputados e senadores que, em regra, referendavam o general de plantão escolhido pelo presidente general ou pelo partido do tal militar.Sei que este papo histórico é um tanto chato. Insistir nesta toada de explicar tudo direitinho parece ser daqueles erros imperdoáveis a um cronista. Continuando assim e metade dos leitores vai jogar o jornal para o lado ou seguirá adiante fazendo coisas bem mais interessantes. Então: corte na história e vamos em frente. O congresso elegeu Tancredo tendo como vice José Sarney, um aliado do regime militar, escritor casual e, talvez por carteiraço, membro da Academia Brasileira de Letras, com a significativa obra Marimbondos de Fogo. Pois, a ironia do destino venceu de 7 a 0, tal qual a Alemanha fez há algum tempo. Tancredo ganhou. Mas, não assumiu. Morreu antes. O fato gerou uma comoção nacional. Mílton Nascimento e seu Coração de Estudante embalaram os atos fúnebres. A impressão era de que toda a esperança do povo estava sendo enterrada junto. Sarney, que não venceria, acabou presidente.
O Brasil já vivenciou alguns episódios de mal-estar e constrangimento no passado. Na história recente, a posse de José Sarney como presidente é um desses fatos. Para os mais jovens, é claro, faz-se necessária uma explicação. Tancredo, que vem a ser tio-avô de Aécio Neves, era um político mineiro que concorreu à presidência numa eleição indireta, onde só votavam os congressistas. Naqueles tempos, o povo era alijado de votar diretamente. Este direito de escolher o presidente cabia aos deputados e senadores que, em regra, referendavam o general de plantão escolhido pelo presidente general ou pelo partido do tal militar.Sei que este papo histórico é um tanto chato. Insistir nesta toada de explicar tudo direitinho parece ser daqueles erros imperdoáveis a um cronista. Continuando assim e metade dos leitores vai jogar o jornal para o lado ou seguirá adiante fazendo coisas bem mais interessantes. Então: corte na história e vamos em frente. O congresso elegeu Tancredo tendo como vice José Sarney, um aliado do regime militar, escritor casual e, talvez por carteiraço, membro da Academia Brasileira de Letras, com a significativa obra Marimbondos de Fogo. Pois, a ironia do destino venceu de 7 a 0, tal qual a Alemanha fez há algum tempo. Tancredo ganhou. Mas, não assumiu. Morreu antes. O fato gerou uma comoção nacional. Mílton Nascimento e seu Coração de Estudante embalaram os atos fúnebres. A impressão era de que toda a esperança do povo estava sendo enterrada junto. Sarney, que não venceria, acabou presidente.
09/05/2019
Intrigas palacianas
“Os piores inimigos são os que aplaudem sempre.” -
Tácito, historiador romano.
Boa
parte da história romana nos chega pela pena de Tácito. Sensível,
estiloso, atento, o escritor esculpia a história misturando à prosa
um pouco de poesia. Descrevia com presteza e atenção o cenário do
poder. Naqueles tempos, como nos dias atuais, os bastidores decidiam.
As tramas familiares, com assassinatos providenciais para limpar o
campo do processo sucessório, as intrigas políticas, com as falsas
acusações sobre os opositores que geravam falsos julgamentos com
penas verdadeiras, presenteavam o reino com governantes ilegítimos.
Chegava-se ao poder através do sangue e da articulação política.
A adaga, a espada e a forca eram argumentos políticos dos mais
utilizados.
02/05/2019
Ler, escrever e fazer contas
Sala de aula antiga |
Meu
avô era um homem rude. Viveu num tempo em que conforto existia
somente para os ricos. Iletrado, consumiu a vida nas lides mais
insalubres que se tinha na época. Enfrentava o frio e o calor na
pesca, na lavoura, cuidando de uma ou outra criação. Eram dias
difíceis. Tinha umas terrinhas. Mas, terra naquela época nem valor
tinha. Um eito dava para trocar por uma junta de boi, por um cavalo
magro, por uma carroça ou uma carreta.
As
escolas eram distantes. Os mais aplicados subiam no lombo de um
matungo e viajavam por entre matos seguindo trilhas e caminhos
precários, passando por sangas e riachos. Nos dias de intempérie ir
a aula estava fora de cogitação. Estudar era um luxo. Cresciam
conhecendo poucas letras, quando muito as que completavam o próprio
nome, e alguns números. Operações mais complexas ficavam para os
mais letrados.
Assinar:
Postagens (Atom)