20/05/2010

Insafisfações nossas de cada dia

Somos bem mais de seis bilhões de seres viventes no nosso planeta. Todos diferentes entre si. Diante disso podemos afirmar, sem medo de errar: não há ninguém que pense exatamente o que penso, que aja exatamente como eu ajo, que sinta exatamente o que eu sinto em toda a Terra.
Há gente de todo o tipo, de todos os estilos, com costumes diversos e seguindo caminhos distintos. Há humildes e afortunados. Há medianos, medíocres, geniais, boçais. Há homens e mulheres bons, sensíveis, caridosos. Há indivíduos que parecem curtidos na senda da maldade.
Há gente humilde, que lida com dificuldade, que corre atrás dos trocados para a conta da água e da luz, que luta freneticamente pelo pão de cada dia, que se dedica com honestidade pela sobrevivência familiar. E, no final do dia, consegue descansar em paz.

Há gente afortunada. Que, em todos os sentidos, deu certo na vida. Que atingiu aquilo que consideramos sucesso. E, no entanto, sente, no íntimo o sabor do fracasso. Uma insatisfação lá no fundo, que vem não sabe de onde, mas está lá, alojada, fazendo pequenos estragos.
Grande parte dos problemas humanos está na insatisfação em relação ao que se é. Ou seja, alguns de nós rejeitamos o ser que encaramos diariamente no espelho. No íntimo, talvez gostaríamos que ele fosse outro. Que tivesse outra forma, outros talentos, que fosse percebido pelo mundo de outra forma. Esta inadequação é democrática, atinge tanto o humilde quanto o afortunado, o gênio e o boçal. Pode eclodir de uma hora para outra ou, ainda, permanecer silenciosa, causando uma pequena angústia, que pode ou não evoluir para quadros mais graves.
Este sentimento pode nascer de diversas maneiras. Uma vivência excessivamente material, impulsionada pela necessidade permanente de compra de algo novo, que ocasiona uma satisfação rápida e, tal qual uma droga, exige, logo ali, o consumo de novas e novas doses. E então, vamos de loja em loja atrás do efeito esperado e ele não vem. À compra segue-se a frustração. O objeto nunca completa o vazio.
Outro modo de nascimento da insatisfação é a conclusão de que estamos trilhando um caminho diverso daquele que consideramos correto. Daí o impulso em abandonar tudo como está e mudar. Muitos seguem o instinto e se dão bem. Outros se acomodam, temendo o tropeço se frustram. Há aqueles, ainda, que se lançam movidos somente com o combustível da emoção, seguem o instinto e dão com a cara no muro. Fins múltiplos para um único começo.
Por vezes nos colocamos à margem. Isolamos-nos. Não sabemos o real valor que temos. Tentamos nos tornar invisíveis aos olhos dos outros. Acreditamos que não somos importantes. Acostumados com o ritmo do dia a dia, sepultados pela repetição de tarefas. Nosso espírito vai se anulando. Vamos murchando. Se não sofremos um baque qualquer, um susto, seguimos marchando para a solidão.
Às vezes, pequenas alterações na rotina, mudanças de pequena monta podem resolver. Outras vezes, a situação vai se tornando mais drásticas. E a busca de apoio se impõe. Há uma profusão de tratamentos para tudo isso. Remédios, que cuidam dos aspectos orgânicos; terapias, que envolvem sentimentos e emoções represadas; religiões, que lançam os homens nos mais altos padrões vibracionais. Não cabe aqui dizer aquilo o que é melhor. O melhor para mim não será o melhor para o outro. Não há receita pronta. Cada um deve descobrir qual o caminho mais adequado. Se assim desejar!

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