29/11/2010

Os Bons Tempos da Discoteca

Jerri e Solano Reis no comando do som
Os anos 70  e 80 foram musicalmente ricos. Rock, das mais variadas matizes, MPB e Discoteca deram o tom daqueles anos. Algumas das músicas da época marcaram de tal forma que nas festas de hoje aparecem com relativo destaque. Tornou-se comum, também, a promoção de festas específicas, destinadas aos mais maduros. Porém, chama a atenção a presença de inúmeros jovens nestas promoções.
No sábado, no GESB, na Festa Os Bons Tempos da Discoteca a regra se confirmou. Noite quente, um pouco de chuva, luzes e som. The Beatles, Rolling Stones, Madonna, Michael Jackson, Bee Gees, Chic e a turma do rock brazuca dos anos 80 animaram os que lá se encontravam. Foi a última do ano. Ano que vem, quem sabe, teremos outras oportunidades de curtir momentos tão bons.

24/11/2010

A ética em jogo

As rodadas finais do Campeonato Brasileiro têm suscitado alguns questionamentos que vão além do desempenho dos times, dos erros de arbitragem, dos desfalques, da tática empregada pelas equipes. No fechamento de mais uma edição do Brasileirão até a Filosofia entrou em debate. Antes que alguns doutos torçam o nariz, eu explico!
A fórmula da disputa, onde todos jogam contra todos em dois turnos distintos, está possibilitando que as equipes, além de depender de suas próprias forças, fiquem na torcida por algum clube rival. E quando se fala em rivalidade em futebol, o negócio é muito mais sério do que se imagina. Há torcedores que não são meros admiradores dos times. Elegem o futebol como uma religião. Erguem totens e os adornam com as cores do time. Não raro criam-se altares em casa. O time é tudo. É um caso patológico. Uma relação de amor e ódio, de vida e de morte.

17/11/2010

Cheiro de maçã verde


“Quando eu era criança o cheiro de maçã verde era tão forte que tomava conta de toda a casa”, disse a jovem trabalhadora, lembrando, em seguida, que as maçãs de hoje não têm o mesmo cheiro das de então. Certamente não têm, disse, me intrometendo na conversa que mantinham os colegas de trabalho. Disse mais, abusando da atenção que me davam naquele breve instante, as coisas no passado não tinham só mais cheiro, tinham sabor e textura diferentes. E não foram só as coisas que mudaram. Mudamos nós.
E não é para menos.  Com a passagem do tempo mudaram os produtos, a forma de produção, o processo de maturação e outras variáveis. Porém, a mudança maior ocorreu na menina. Quando tinha seus cinco, seis anos de idade, seus sentidos aguçados e atentos, percebiam com nitidez as nuances do perfume exalado pelas frutas, pelas flores. Os doces, os sorvetes, os picolés que ganhava do pai - comprados num armazém, num bolicho ou numa venda-, as iguarias que a mãe, a avó ou uma tia preparavam apresentavam, com certeza, um sabor especial, inigualável e irrecuperável.

12/11/2010

Uma volta ao passado

Os tempos atuais, ditos pós-modernos, passam numa rapidez assustadora. Claro, os dias ainda contam com 24 horas, os minutos continuam com os tradicionais 60 segundos. Porém, apesar desta inalterável realidade, o nosso dia a dia sofreu sim algumas alterações importantes e que devem ser levadas em conta.  Diferente do passado, quando o tempo parecia escorrer tranquilo, temos muita pressa. E a impressão que fica é que não damos conta de todas as tarefas e nem daremos conta no futuro.

11/11/2010

Na condicional

Leonel acordou com uma ideia fixa. O que teria ocorrido se, ao invés de investir suas tardes no futebol, na pelada com os amiguinhos, tivesse estudado um pouco mais? Viajou por um milhão de possibilidades. Talvez tivesse se destacado em Física. Ao invés do minguado salário que agora recebia, talvez agora fosse um conferencista, um funcionário do alto escalão da NASA, alguém assim importante, quem sabe!
Ele gostou do exercício e tomou por esporte a busca de soluções para os problemas de sua vivência sempre a partir da análise criteriosa do intrincado caminho de suas escolhas. Mesmo aquelas que deram certo, como o casamento com Margarida, que o fizera feliz dando uma boa família. Mesmo aí a escolha poderia ter sido outra, concluiu. Afinal, na adolescência ostentava um bom número de possibilidades. A timidez exagerada bem que atrapalhou. Quantas marias, odetes, bernadetes, simones ficaram pelo caminho. A vergonha era tanta que nem um sorriso conseguia expor. Sem sorriso não há Maria, nem Simone que se encante.

01/11/2010

Passado, presente e futuro

Lidar com o passado pode ser uma arte. Há pessoas que vivem o presente e o futuro plenamente, buscando distanciamento das experiências antigas. São mutantes que seguem sua existência vivendo minuto a minuto, hora a hora, dia a dia sem olhar para trás.  É um mecanismo de defesa que blinda o ser de possíveis momentos traumáticos ou desagradáveis. Mas isso é uma exceção. E, na realidade, um problema a ser superado. Em regra, vivemos com a gaveta do nosso passado aberta. Se estiver organizadinha, arrumadinha, tudo bem. O problema é quando ela está bagunçada!