Nestes tempos de tanta variedade,
de ofertas abundantes, de buscas incessantes e de produção ininterrupta, não há
orçamento que chegue. Quem tem precisa mais porque todos os dias surgem coisas
novas, produtos atualizados que vão tornando outros obsoletos da noite para o
dia. Quem não tem assiste a tudo e se contenta. Ou não!
A sociedade atual é baseada na
informação. E a geração de conteúdo não para. Ninguém dorme. Aliás, dorme sim.
Mas, sempre haverá alguém em algum lugar do planeta produzindo informações que
precisarão ser jogadas na rede para atualizar os sistemas. Aplicativos, sistema
de segurança, notícias, vídeos, filmes, imagens, comentários, informações
falsas e uma infinidade de coisas que atravessam o mundo num piscar de olhos.
Como a informação se renova numa
velocidade descabida, tudo o mais também tem necessidade de renovação. O novo
fica velho rapidinho. A mudança é permanente. Assim, para o antenado, dormir já
é um desperdício porque o mundo não dorme.
Quem acha que está fora de tudo isso, engana-se. Esse movimento
incessante de algum modo vai exigir atualizações de todo o mundo, podendo mesmo
chegar à produção do veículo, da geladeira, do barbeador, do macarrão e de tudo
o que há para ser vendido. E os custos vão sendo repassados, porque as grandes
corporações não estão aí para fazer caridade. Então, quem acha que não está nem
aí, acaba também pagando a conta.
Em alguns lugares do mundo, o
minimalismo vem sendo adotado. Normalmente, por jovens ultra-espertos que estão
cansados de gastar muito por coisas sem sentido. Desejam um mundo sem tantas
coisas, com mais simplicidade, possibilitando assim maior mobilidade. Há até quem carregue sua casa dentro de uma
mala. Dormem em hotéis, almoçam em restaurantes e andam pelo mundo afora. Vivem
com pouco, muito pouco.
O precursor do minimalismo foi
Onofre, do Egito. Mas, era radical o antigo monge. Segundo consta, Onofre viveu
durante quase 70 anos como eremita no deserto. Certa vez, um abade, chamado
Pafúncio, aventurou-se pelo deserto para
ver como seria sua vida se optasse por um longo retiro. Na jornada, encontrou
um velho de longos cabelos e barbas brancas, usando como roupas tão somente um
trançado de folhas. Encantou-se Pafúncio.
Entre as lendas, conta-se que
Onofre comia tão somente aquilo que lhe chegava às mãos após a realização de um
pedido a Deus. Um anjo trazia o alimento
para matar sua fome. Nestes tempos, onde a corrupção é regra, até Onofre vem
sendo corrompido. Logo ele, que era pouco levado aos anseios materiais, aparece
na internet como um santo capaz de fazer brotar dinheiro (vejam só) nas mãos
dos desesperados.
Sendo bem sincero, não creio que
isso trará algum resultado prático, mas se algum desesperado acreditar, que
faça bom uso das palavras que seguem: “Glorioso Santo Onofre/quando pelas
montanhas andaste/Jesus cristo encontraste/três pedidos lhe fizeste:/dinheiro
para o meu bolso/ pão para a minha boca/ roupa para o meu corpo (repetir três
vezes). Mas, atenção, tem que ter fé. Muita fé!
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