Corpos gigantescos nem sempre
ostentam cabeças com massa encefálica suficiente para coordenar os movimentos e
determinar as ações mais indicadas para cada caso. Em Mad Max 2 – Além da
Cúpula do Trovão, uma cidade é movida por
esterco de porco. Vive-se o caos. Não há muito combustível fóssil à disposição.
Os litros de gasolina e diesel são disputados a tapa, a tiro e a facadas. Vale
tudo pelo precioso líquido. Não há governo. Restam sobreviventes fazendo
a própria lei. E, neste contexto, todo o mundo tem razão.
A geração de energia é comandada
por uma dupla: o gigante Master/Blaster. Master é dono de um corpanzil. Nos
seus ombros reside Blaster, um anão que o comanda e comanda também o submundo
da usina de geração de metano. A parte superior é governada pela Titia Entity
(Tina Turner). Como não acontece só na realidade, um governo compartilhado é um
prato cheio para servir de disputas. Titia quer mandar mais, Master/Blaster se
defende. Às vezes sabota o mundo superior, reduzindo a entrega de energia,
aumentando o desespero e o caos.
Max (Mel Gibson) cai prisioneiro
e é jogado no meio dos porcos. Fica à mercê de Master/Blaster. Consegue um acordo com Titia e provoca um
duelo contra o gigante. Porém, depois de uma luta encarniçada, não tem coragem
de eliminar o gigante (na verdade uma criança manipulada pelo anão). Como não
cumpriu acordo é punido pela Titia sendo mandado para o deserto amarrado no
lombo de um cavalo.
Às vezes vejo Master/Blaster nas
manchetes da crise brasileira. Nosso país é um gigante que desconhece sua
força. Tem um corpo forte, vistoso, cheio de energia. Porém, tal qual o
personagem da ficção, não é dono de sua força. As cabeças que o coordenam nem
sempre são saudáveis.
Master/Blaster aparece muitas vezes
nesses movimentos reivindicatórios: paralisação/greve/locaute, não
importa. É muita força acumulada. Muita
adrenalina. Muita vontade. Muitas lideranças ou nenhuma liderança. Tiros a
esmo. Alvos múltiplos. Prejuízos, da mesma forma, múltiplos. Um corpo imenso
desconhecendo a força, carente de ideias, doido para que alguém resolva a
situação nem que a solução apresentada seja alguma coisa já tentada. Fracasso
novo é melhor que fracasso antigo.
Fora políticos/Fora Temer e seu
governo comunista/Intervenção já/Pelo fim da corrupção. José Simão humorista do
caos e despreocupado com o politicamente correto, vez por outra tem razão: o
Brasil não precisa de intervenção militar, precisa, isso sim, de intervenção
psiquiátrica.
Às vezes sai algum estudo sobre profissões
que deixarão de existir. Já se disse que, com o avanço da ciência, vários males
serão debelados com a manipulação genética. Com o avanço tecnológico, por outro
lado, muitos trabalhos repetitivos serão abandonados pelos humanos, sendo
resolvido pela inteligência artificial. Uma coisa é certa: psicólogos,
psiquiatras e terapeutas terão vida longa. Muito longa!
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