Os
meios de comunicação influenciam sobremaneira na forma como as
pessoas se manifestam no seu dia a dia. Há algumas décadas, a
informação circulava com alguma lentidão. Houve um tempo em que os
maneirismos dos programas de tevê, os bordões dos programas
humorísticos, eram incorporados no vocabulário da molecada e mesmo
dos adultos sem noção. “Vai pra casa, Padilha!”, “tem pai que
é cego!”, “e o salário, ó!”, “o macaco tá certo!”,
“Cacildis”, foram algumas dessas expressões criadas por
humoristas como Jô Soares, Chico Anysio e Mussum que os meninos
gostavam de usar no meio de suas conversas um tanto quanto
despretensiosas. A ingenuidade ainda dava as caras.
26/02/2019
A Visão da Montanha
O mundo
é mental dizem os entendidos. Vão mais longe, dizendo que há uma
mente inteligente por trás de tudo o que existe, do que existiu e do
que existirá. Boa parte da civilização chama esta mente
inteligente de Deus. É uma forma de reduzir a complexidade e tornar
palpável o que não é. Ou, até mesmo de certa desídia e
conformidade.
Porém,
enganamo-nos todos quando cremos que a mente inteligente substitui a
mente da gente. Nossa visão de mundo depende mais de nosso foco e da
nossa lucidez do que da intervenção de terceiros.
Pode
parecer muito complexo isso tudo. Mas, no fundo, reside alguma
simplicidade por aqui. Senão vejamos: imaginemos agora, usando este
atributo fantástico que é nosso cérebro (um mundo infinito de
conexões que geram realidades distintas a cada um), que vamos
subindo uma montanha. Olhando do sopé da montanha avista-se um
horizonte. Ora, este horizonte vai sendo modificado cada vez que a
marcha avança em direção ao topo. Chegando lá em cima, a escalada
revelará um horizonte mais amplo. O panorama será muito diferente
daquele observado do sopé.
11/02/2019
Roda Pião
Pião. Imagem: Wikipedia |
Essas
tragédias que vez por outra consomem vidas, comovem a todos e trazem
dor e sofrimento, especialmente aos mais próximos, os familiares, em
regra, apresentam pontos em comum: falta de fiscalização,
relaxamento de entes públicos e privados, legislação frouxa que
permite que empresários e dirigentes continuem jogando com a sorte e
a demora excessiva no estabelecimento de culpados, gerando uma total
garantia de impunidade.
Foi
assim na Barragem de Mariana, será assim na de Brumadinho, talvez
assim seja no Ninho do Urubu, do Flamengo, onde meninos sonhadores
tiveram seus sonhos interrompidos por um desses “acidentes” que
bem poderiam ter sido evitados. Tivesse a tragédia ocorrido no
centro de treinamento do Cacimbinhas ou de um dos clubes do Acre,
ainda assim, seria lamentável. Mais lamentável ainda quando se sabe
que o Flamengo tornou-se uma potência econômica nos últimos anos,
tendo faturado só com a venda de dois jogadores no ano passado
(Lucas Paquetá e Vinícius Jr.) algo em torno 80 milhões de euros
ou 340 milhões de Reais, aproximadamente.
As minas
Mina terrestre, artefato de guerra |
Os dramas coletivos são capazes de inscrever no mapa locais até
então desconhecidos da grande maioria das pessoas. Em 2015, Mariana,
a primeira capital da Província de Minas Gerais, vinha vivendo um
período de pouco destaque, muito embora a grande produção de
minérios. A mineradora Samarco protagonizou um desastre com o
rompimento de uma barragem matando 20 pessoas e causando praticamente
a destruição do Rio Doce. Até o momento era o maior desastre
ecológico registrado no país.
Agora foi a vez de Brumadinho, uma pacata cidade mineira de menos de
40 mil habitantes, vivenciar um drama ainda maior. Entre mortos e
desaparecidos mais de 300 pessoas. A Vale, empresa que explora a
mineração na área, lamentou muito o ocorrido. Suas ações na
bolsa de valores caíram 20%, diz a manchete do jornal.
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