Escrevo uma crônica por semana para publicação no Jornal Bons Ventos. Nos dias de hoje, velozes como nunca, os assuntos são derrubados a cada minuto. O que era importante deixa de ser num já. Sempre tem algo novo no pedaço. No caso do Brasil, então, nem se fala. Mas, apesar disso, continuamos na luta, escrevendo vez por outra sobre o que vem a ser o assunto atual.
Envelhecimento
– Faz alguns dias virou febre nas redes sociais um aplicativo que
deixa a pessoa mais velha. Foi uma inundação. De um dia para o
outro todo o mundo envelheceu. Alguns amigos meus ficaram
irreconhecíveis. Outros até que mantiveram traços de um rosto
conhecido. Foi divertido para alguns. Experiência traumatizante para
outros que preferiram nem postar sua imagem jogando sua velha cara na
lixeira. Pouco tempo depois matérias jornalísticas informavam que o
aplicativo, na realidade, visava capturar os dados do internauta e
enviá-los à Rússia para alguma operação que sabe-se lá a que se
destina. Os velhinhos caíram no golpe. Mas, mesmo assim foi
divertido.
Envelhecimento
II – Alguns amigos que gritavam a plenos pulmões em defesa do
candidato eleito começaram a entrar em parafuso. Gente que
garganteava um milhão de certezas agora caminha por aí titubeando
no seu trecho diário com sérias dúvidas e algum medo. A reforma da
previdência impedirá a aposentadoria de um sem número de pessoas
no país. Retirará milhões de uma parcela da população que
precisa e que movimenta o mercado comprando o indispensável. Os
velhinhos caíram no golpe. Infelizmente, isso não é nada
divertido.
Envelhecimento
III – Dia desses nas redes a zoação eram as realizações do
novo-velho governo. Sete meses se passaram. E os amigos de lado a
lado não pouparam. Liberação do veneno agrícola a torto e a
direito, redução de investimentos na educação, corte na aquisição
de medicamentos obrigatórios para a população mais carente, fim da
aposentadoria para boa parte dos trabalhadores e outras coisas.
Alguns outros enxergam franco progresso e um futuro maravilhoso pela
frente. Esperemos para ver no que vai dar esta aventura.
Hambúrguer
– O filho do homem disse que fritou hambúrguer nos EUA. A mídia
vai lá onde o indivíduo disse que trabalhou e, surpresa, a birosca
não vende hambúrguer. Aí o mesmo sujeito afirma que tem uma certa
especialização acadêmica. Alguém da mídia descobre que, na
verdade, o curso ficou incompleto. Inglês fluente, então? “Deu
branco”. Começo a acreditar que alguém está mentindo nesta
história. Será?
Em
vão – Nunca se usou tanto o
nome de Deus para cometer tanta bobagem. Jesus também é vítima do
uso indiscriminado da imagem. Até a bandidagem se esconde atrás dos
santos nomes para “fazer o que é certo”. Nestes tempos de
intolerância e desatino
acontece cada coisa que mesmo as mentes mais endurecidas desaprovam.
É moda no Rio de Janeiro
atacar violentamente os templos umbandistas. São os bandidos de deus
tentando salvar o mundo. Imagino as santidades olhando essas cenas
lamentáveis e balbuciando: “essa gente não tem salvação”.
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