O
avanço tecnológico influencia o dia a dia das pessoas. Disso não
restam dúvidas. O mundo de hoje é outro. Muito diferente do mundo
dos nossos avós e dos nossos pais. Diferente também do mundo vivido
por qualquer pessoa com mais de 35 anos de idade. A infância, a
adolescência, a juventude. Tudo tem sido aprimorado com as
ferramentas da época.
Sempre
foi assim. Nossos avós quando crianças brincavam com o que tinham
por perto. Em regra o requinte não imperava. Brinquedos eram caros e
raros. Coisa de rico. De morador da cidade. Assim, qualquer pedaço
de madeira, qualquer forquilha, qualquer pedaço de corda ou resto de
alguma coisa virava um brinquedo. Valia mais a criatividade do que
qualquer outra coisa. Isso quando brincavam! Nas zonas rurais iam
para a roça com tenra idade. Cresciam no meio da plantação,
mexendo com bois, vacas, porcos e ovelhas. Era o que se apresentava
no momento.
As
exigências e os recursos hoje são bem outros. As brincadeiras foram
sumindo aos poucos, restando algo parecido nos recreios escolares ou
na tentativa pedagógica da professora da escolinha que ainda se
esforça para manter as cantigas e ou que outra brincadeira realmente
infantil. Não resta aqui definir o que é melhor ou o que é pior.
Este tipo de busca torna-se dispensável. A constatação é uma só:
o mundo mudou. E continuará mudando. E mudará sempre. Hoje este
impulso é mantido por uma ávida indústria que identifica numa
criança recém-nascida uma consumidora em potencial.
E a
tecnologia é mesmo fascinante. Criou inúmeras facilidades. Invadiu
o dia a dia e tornou-se indispensável. Tudo muito rápido. Tudo na
palma da mão. Livros, músicas, filmes, mensagens tendenciosas,
fofocas no grupo familiar. Curtição e compartilhamento. Quer coisa
melhor?
Ocorre
que hoje muito tempo é gasto nas redes sociais e nos aplicativos.
Usa-se e abusa-se. E, convenhamos, não tem muito como que ser
diferente. O mundo todo está ali. E só esperando um clic. Às
vezes, claro, nem se percebe isso. Mas, bastou falhar o wiffi da casa
que todos vão notar na hora. Estamos todos enredados. Todos
conectados. Tanto é que qualquer criança com um ano de idade já
sabe que o telefone celular da mãe ou do pai esconde um mundo
fascinante. Afinal, eles vivem com o aparelho na frente dos olhos,
mesmo quando estão fazendo outra atividade. Alguns colocam o celular
no lado do prato para não perder nada. Uma garfada e uma olha para a
atualização do Whatts, outra garfada e é o Face que atualiza.
Exagero meu, claro. Isso nem acontece.
Há
restaurantes e bares descolados nas metrópoles que exigem a entrada
dos clientes com os aparelhos desligados. Outros criaram locais para
depósito das maquininhas. Outros ainda dão descontos para quem
abandonar por alguns minutos os aparelhos. Especialistas já falam em
síndromes relacionadas ao vício das redes sociais por adolescentes
e mesmo adultos.
Nos
tempos passados brincadeira tinha hora. Hoje o smartphone garante
diversão ininterrupta. Basta uma conexão.
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