Woody Allen (arte sobre foto) |
O
baiano Gilberto Gil tinha todas as ferramentas para ser um
economista. E todos nós sabemos o quanto necessitamos de
economistas, ainda nos dias de hoje. Passou no vestibular,
matriculou-se na faculdade. Cursou algum tempo. Encontrou Caetano,
Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia. A faculdade foi arquivada. A
economia ficou para trás. Felizmente para a música. Ainda hoje é
um dos mais produtivos compositores e músicos do nosso querido
torrão pátrio.
Charles
Bukowski, o velho safado americano, trabalhou nos correios e em
dezenas de empregos insignificantes. Entre uma bebida e outra, entre
um amor bandido e outro, entre uma prisão e outra, entre um despejo
por falta de pagamento e outro, entre um páreo e outro, escrevia
poemas e contos eróticos para revistas masculinas. Demorou um bom
tempo até ver seu talento minimamente reconhecido e, assim,
conseguir pagar suas muitas cervejas e vinhos. Porém, um dia
emplacou uma carreira literária expressiva. Tá certo que seu humor
não melhorou muito. Continuou bebendo, com surtos depressivos que o
levavam às beiras do suicídio, mas, ainda assim, genial até sua
morte.
Certo é
que muitos indivíduos não se conectam com as expectativas dos que
os rodeiam. É normal que família de médicos deseje mais um médico,
a de arquitetos espere ansiosamente por novos arquitetos e a de
músicos o que mais queira é um músico para fortalecer a banda.
Porém, em muitos casos, o que se vê é que filhos de peixes nem
sempre peixinhos são. E das casas de ferreiros saem carpinteiros e
das de engenheiros advogados e das de advogados excelentes terapeutas
ou professores ou poetas. A vida é dinâmica disse alguém e com
toda a razão. Não houvesse ousadia por aqui, tentativas e erros por
lá e estaríamos repetindo tudo o que foi feito de certo e de errado
pelos homens das cavernas. Viveríamos tal qual nossos pais e nossos
avós. Sem tirar nem por.
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