Os tempos são outros. As pessoas
são outras. As diversões são da mesma forma, outras. Mas, os dramas se repetem.
As preocupações de pais e de mães são os mesmos de 20, 30, 50 anos atrás. Lá no
passado, meio distante é verdade, tudo o que era novo representava a falência
do indivíduo e da família. Foi assim quando surgiu o rock and roll, nos anos
50,nos EUA. A música alta, frenética, punha corpos de jovens a dançar
loucamente. Meninos e meninas saíam do sério. O ritmo demoníaco mostrava que o
mundo chegava ao seu fim.
A
televisão foi outra que chegou causando certo furor. No começo, porém, era
programa de família. O pai ligava o aparelho no começo da noite. Naqueles
tempos, ligar o botão e selecionar um canal para assistir um ou outro programa
era um acontecimento. A presença do chefe da casa era o reconhecimento
explícito de que ver tevê era coisa séria. Os pequenos não eram autorizados nem
a pensar na ousada iniciativa de ligar o aparelho fora do horário estabelecido.
Eis
que, em dado momento, ter uma tevê na sala não representava nenhum status.
Virou coisa comum. Com o crediário de 12 vezes para pagar, sem entrada e sem
mais nada, qualquer moradia poderia abrigar uma tevê. Com a popularização mudou muita coisa. Sumiu
todo aquele clima cerimonioso. A programação se ampliou. Surgiram mais e mais
canais. E a meninada virou foco. Desenhos animados pela manhã e a tarde toda. E,
com isso, aumentou significativamente o tempo na frente da tevê.
Pesquisadores
apontaram que aquele excesso de tevê influenciava de tal forma que as próximas
gerações seriam formadas por seres abobados, imbecis, sem qualquer capacidade
de viver com algum grau de inteligência na cabeça. De tão expostos à violência
televisiva, os jovens formariam uma sociedade violenta. Além disso, os programas
sensuais influenciariam de tal modo que a sociedade se tornaria um não sei o
quê de perversidade, pondo fim aos sagrados costumes tradicionais do repeito
familiar e da convivência pacífica e harmoniosa.
Hoje
a tevê nem preocupa tanto. Há outros males maiores. Os celulares, a internet,
as redes sociais impuseram um crescimento da vida virtual em detrimento do
contato visual. Agora mesmo é que se têm a impressão de que o mundo já não é
mais o mesmo. E o pior: ele pode mudar no dia seguinte diante de uma nova
invenção, de uma nova informação.
Os
dias de hoje jamais seriam compreendidos se alguém do começo do século passado
acordasse nestes tempos. Tudo seria louco e frenético, indecente e diabólico
como já foi um dia um inocente rock and roll dos anos 50.
O
relógio não para. O tempo segue. As pessoas vêm e vão. E cada época tem a sua
loucura. E o mundo avança. E não para. E
o ontem já se foi. E o hoje logo se vai.
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