10/11/2016

O Perdão

O ato de perdoar é coisa de religioso. É fora de moda. É coisa de outros tempos. É, talvez, até meio babaca. Coisa de gente fraca que abaixa a cabeça para tudo e para todos e que não se valoriza. Os tempos são outros. É hora de fazer valer o poder individual. Exercitar sua vontade. Cada um no seu quadrado. Pisão no pé se paga com pisão no pé. Dedo no olho com dedo no olho. Simples assim. Direto e reto, sem escalas.
O escritor Moacir Costa de Araújo Lima, físico, professor e conferencista, que lançou no ano passado a obra Perdão e crônicas para uma vida plena, acredita que perdoar é uma necessidade urgente para que os homens garantam uma boa saúde e uma vida mais promissora do que se leva aqui na Terra. Ele, que abriu a Semana Espírita da Sociedade Espírita Amor e Caridade, chega a dizer que as leis da Física mostram uma realidade imodificável que não é condizente com o conhecimento necessário para que a espécie humana evolua. 
Assim, em algum momento, é necessário que o próprio indivíduo assuma seu processo existencial e desprograme sua mente dos pensamentos que limitam a criatividade e a possibilidade de crescimento. Citou os conceitos da religião antiga que apresentava o Criador como um deus vingativo, mal humorado e muito pouco compreensivo. Além do pecado original e da culpa, dois outros pensamentos muito valorizados na cultura judaico-cristã e que acompanham as gerações há muito tempo.
Os novos tempos exigem o autoperdão, defende Moacir. Sem isso, o homem continua sua história de submissão aos poderosos e de humilhação sem luta, sem reação. E quem sai ganhando com o perdão? Diz o escritor que o maior beneficiado é quem exercita o perdão.  E o perdão começa no pensamento. Alimentar pensamentos negativos, cheios de ódio e ressentimento é intoxicar o físico e o espírito. É destruir a própria vida e não a do outro, que talvez até se torne imune ao longo do tempo. O homem constrói a partir do pensamento. Constrói castelos, naves e paraísos. Constrói também prisões. A energia é quase a mesma. O propósito é que faz a diferença.
A quem pensa que perdão é fraqueza, Gandhi disse: “o fraco jamais perdoa: o perdão e uma das características do forte”. 

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